Coreógrafo do Congo fala de política através da dança

A dança com forte teor político é a grande representante do mês de setembro dentro do projeto “Circulação de espetáculos e oficinas das artes cênicas em Salvador”, que até o final do ano promoverá a vinda de seis espetáculos de artes cênicas à capital baiana, além de oficinas de dança e teatro gratuitas. Na Tempo e Parlement debout são duas coreografias criadas e interpretadas por Papy Ebotani (Congo), da companhia Studios Kabako, e serão apresentadas na terça-feira (22), em dois espaços da cidade: Teatro Molière (Ladeira da Barra) e Passeio Público (Campo Grande).

Na Tempo foi criada por Papy Ebotani como um solo que traz reflexões sobre o futuro dos direitos das crianças nos países em conflito. A coreografia será apresentada às 18h, com entrada franca.

Já Parlement debout aborda o direito – e riscos – de se exprimir. O coreógrafo se inspirou nos “parlamentos em pé” de Kinshasa (República Democrática do Congo), onde grupos de pessoas leem jornais nas ruas para debater os temas mais importantes do dia.  Será apresentada às 19h.

O coreógrafo

Papy Ebotani mora e trabalha em Kinshasa (República Democrática do Congo). Começou pela música e o rap com diferentes grupos de Kinshasa, antes de dedicar-se à dança na companhia de Jean-Marie Musungayi, Diba danse. Intérprete para Faustin Linyekula e os Studios Kabako desde julho de 2001, dança nas criações da companhia, como "Spectacularly Empty", "Triptyque sans titre" e "Radio Okapi", entre outras. Na Tempo, sua primeira criação, já foi apresentada em Kinshasa e também na França, Alemanha e Bélgica. Peça para um dançarino e dez figurantes recrutados localmente, Parlament debout foi exibido em Kinshasa, Brazzaville, Bruxelas e na Ilha da Reunião.

Ano da França no Brasil

O projeto “Ano da França no Brasil 2009: circulação espetáculos e oficinas das artes cênicas em Salvador” teve seu início no mês de agosto com a apresentação do espetáculo Verticale: Teatro de Fachada. Até novembro, garantirá a vinda de seis espetáculos de artes cênicas, promovendo também oficinas de dança e de teatro gratuitas.

O projeto conta com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, Secretaria da Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundo de Cultura da Bahia, CulturesFrance e DRAC Guyane; realização da produtora Mércia Queiroz e Aliança Francesa; e apoio do Teatro Vila Velha, Teatro Sesc/Senac Pelourinho, Secretaria de Cultura/ Dimus – Ipac e Accor.