Mais de 700 artistas locais, nacionais e internacionais passaram, nos últimos dois anos, pela programação do Pelourinho Cultural, atividade promovida pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), por meio do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (Ipac).

Entre os destaques, o guitarrista Stanley Jordan, a banda de rock norte americana “Mudhoney”, o reggae man Sheik Lô, o grupo de percussão “The Stomps”, os cantores Beth Carvalho, Martinho da Vila, Alceu Valença, Céu, Cordel do Fogo Encantado, Marcelo D2, Mariene de Castro, Juliana Ribeiro, Mariana Aydar e Malu Magalhães. E mais a Orquestra Rumpillez, Retrofoguetes, Peu Meurray, Olodum, Jauperi, Afro Batá, Cortejo Afro, Nova Saga e Muzenza.

Criado em 2007, o Pelourinho Cultural vem apostando numa programação de qualidade artística que tem atraído milhares de pessoas ao Largo do Pelourinho, Terreiro de Jesus e Largo de São Francisco, além dos largos internos como o Pedro Archanjo, Tereza Batista e Quincas Berro D’Água, com atividades eventuais também no Largo do Santo Antônio, Jubiabá e das Artes.

Até agosto deste ano, foram mais de 1.700 apresentações, que levaram um público estimado em mais de um milhão de pessoas ao Centro Histórico de Salvador. Além de festas tradicionais como o Carnaval, o São João e Santa Bárbara, o Pelourinho Cultural promoveu e apoiou festivais de música, dança e teatro, feiras de antiguidades, artesanato e moda, com uma programação voltada para públicos diversos, incluindo as crianças, com atividades diurnas e educativas.

Um dos projetos mais festejados pela produtora cultural e coordenadora da ação, Ivanna Soutto, é o Pelourinho Digital, realizado em parceria com a Oi Kabum! e a Cipó Interativa, com a formação de 30 jovens do Centro Histórico de Salvador, lançamento do site e da revista “Olha aí o Pelô”.

“As mudanças empreendidas pela Secult permitiram que os moradores locais passassem a ser mais respeitados e ouvidos, trazendo-os à participação efetiva, nas festas e grades de eventos. Isso possibilitou a melhoria da qualidade artística das atrações e multiplicação dos perfis e estilos para atender a diversidade de interesses da população baiana e turistas, conectando o Pelourinho com a produção atual”, explica Ivanna, que coordena, atualmente, uma equipe de 52 pessoas, que pode chegar a até 200 em eventos de grande porte como o Carnaval e o São João.

Atuação articulada

Apenas em 2008, foram mais de 30 eventos e projetos culturais por mês, além dos projetos especiais, sendo investidos cerca de R$ 5 milhões, com a participação de artistas convidados e escolha de atrações por meio de curadorias e parcerias com produtores locais.

Dentre essas atrações, destacam-se grandes eventos como o festival de cultura popular Passarela da Alegria Pernambuco-Bahia, Tudo é Percussão, em sua segunda edição, PercPan, Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac), Sesi Bonecos do Brasil e do Mundo, ‘BoomBahia’, Música em Todos os Ouvidos, ‘Dia do Samba’, entre outros.

Para Ivanna, o fortalecimento da programação com projetos de outras unidades da Secult, a exemplo do “Se é bom a gente toca” (Irdeb), “Pinte no Pelô” (MAM/Ipac), “Jornada Literária” (FPC), “Tem Teatro no Pelô” e “Quinta em Movimento” (Funceb), realizados de setembro de 2008 a janeiro de 2009, e a utilização de editais para seleção de projetos que vão integrar o calendário de atrações do Pelô, marca mais uma mudança importante no modelo de apoio a ações culturais no Pelourinho e Centro Histórico.

“Em 2008, começamos a atuar de forma mais articulada na região, com projetos que visam fidelizar o público e manter uma programação cultural contínua nos largos do Pelô. Agora, vamos contar com a parceria dos produtores culturais que tiveram seus projetos selecionados via edital do Fundo de Cultura, o que deverá reforçar a presença do Pelourinho na vida cultural da cidade”, enfatiza a produtora cultural.

Recursos para este ano deverá passar dos R$ 6 milhões

Ainda segundo Ivanna, este ano, o investimento na programação cultural do Pelô deverá superar a casa dos R$ 6 milhões. “A diferença é que estamos avançando um passo rumo a um modelo mais sustentável, em que o Estado, além de produzir a programação, também fomenta a produção da sociedade no Centro Histórico de Salvador”. Ela destaca o aporte de R$ 2,4 milhões do Fundo de Cultura, realizado por intermédio do edital Tô no Pelô.