Mais de dois mil estudantes do ensino público participarão do projeto Ciranda de Leitura, que a Empresa Gráfica da Bahia (Egba) está promovendo na Fazenda Grande do Retiro, bairro onde está instalada. Com atividades escolares e visitas à empresa, onde os estudantes conhecem o processo de fabricação de um livro, a iniciativa tem como objetivo incentivar o hábito da leitura nas escolas públicas e é uma das ações de responsabilidade social da Egba.

Cento e quinze crianças e pré-adolescentes do Colégio Estadual Dom Avelar Brandão Vilela participaram até a última sexta-feira (25) do primeiro momento do projeto. Na Egba, eles aprenderam sobre a origem do papel e sobre o processo de fabricação dos livros, visitando o parque gráfico.

Moradores de localidades do entorno, os estudantes puderam vivenciar ainda a experiência de conhecer melhor uma empresa que eles reconheciam apenas pela fachada, mas não tinham ideia do trabalho desenvolvido dentro dela. E ainda conhecer uma profissão: a de gráfico.

Coordenado por bibliotecárias da Seção de Documentação (Sedoc) da Egba, o projeto tem sido recebido pelos diretores das escolas públicas como uma oportunidade de atividade fora da sala de aula estimulante e criativa.

O diretor do Dom Avelar, Tarcísio Ferreira, ressaltou a importância da iniciativa. “Agora, todo dia, eles me perguntam quando voltarão à gráfica”, disse. O diretor-geral da Egba, Luiz Gonzaga, acredita na possibilidade de incentivar o surgimento de novos escritores dentre os estudantes.

Aluno da quarta série do Dom Avelar, Ramon Gonzaga, argumentou: “Gostei de conhecer as máquinas e como se faz um livro”. Já o colega Wendel Souza não largou o livro distribuído no projeto. “Gosto de ler em casa. Vou para o computador somente quando não tem mais nada para ler”, afirmou.

Lançado oficialmente na 9ª Bienal do Livro de Salvador, em abril deste ano, o Ciranda de Leitura contemplará ainda estudantes dos colégios estaduais 2 de Julho e Bento Gonçalves. “A leitura pode funcionar como portal de acesso para uma condição humana mais digna, mas ninguém nasce leitor. Por isso a importância de iniciativas que estimulem a prática”, destacou a bibliotecária responsável pelo projeto, Patrícia Fernandes.