Retratar por meio da fotografia e do audiovisual uma das principais profissões que compõem o cenário nordestino – a de vaqueiro. Este é o foco da exposição “Vaqueiros Canudos”, do fotógrafo Miguel Teles, aberta à visitação até 30 deste mês, no Foyer da Biblioteca Pública do Estado (Barris).

No mesmo período, o público poderá conferir também o documentário homônimo, que será exibido sempre às terças-feiras, na Sala Luiz Orlando (3º andar), às 10h e 15h. A entrada é gratuita.

A exposição conta com 23 fotografias em preto e branco e texto de abertura de Manoel Neto. Já o documentário é dirigido por Miguel Teles e a fotografia é de Roque Araújo. As duas iniciativas são resultados do projeto Vozes e Imagens do Sertão, criado em abril de 2005, pelos pesquisadores Miguel Teles e Manoel Neto.

A ideia era retratar o vaqueiro nordestino, seu ambiente de trabalho e as influências do progresso industrial e tecnológico, gerando graves riscos para a sobrevivência da profissão. Em maio, o projeto fez parte da programação cultural da cidade de Nova Soure, a 246 quilômetros de Salvador.

“Vaqueiros Canudos é parte integrante de um sonho. É um resgate da importância da profissão de vaqueiro. Tem a cor, o som, o gosto e o cheiro das coisas do sertão. Tem vaquejada, banho de rio, conversa de pé de ouvido e noite de forró iluminado à luz de candeeiro, fumaçando de preto a parede toda caiadinha de branco”, destaca o fotógrafo, referindo-se a diversos aspectos da cultura nordestina.

Vaqueiro desde cedo, Miguel conta que aprendeu a profissão com seu pai. “O primeiro som que ouvi foi o aboio de um vaqueiro e uma vaca berrando pela cria no pé da serra. Só quem vestiu um gibão, meu sinhô, sabe o peso que lhe cai sobre os ombros”.

Exposições

A cada andar da Biblioteca, o visitante poderá conferir ainda montagens diferentes, com livros, peças, objetos e fotografias. No 1º andar, “Os Caminhos da Imprensa” serão o tema da exposição, onde será abordada a evolução da imprensa ao longo dos séculos. A mostra será realizada em comemoração ao Dia da Imprensa e à fundação do primeiro jornal do Brasil e poderá ser vista de 7 a 30 deste mês.

No 2º andar, o Setor de Obras Raras e Valiosas promove “A expansão da Língua Portuguesa no mundo”, durante todo este mês. Livros raros, antigos e atuais, contarão a expansão do idioma português desde o seu primeiro documento escrito, o “Testamento de Afonso 2º” – o mais antigo documento oficial escrito em português, datado do ano 1214 – até os dias atuais, com a nova reforma ortográfica.

Já no 3º andar, de 10 a 30 deste mês, será a vez de homenagear a “Música Popular Brasileira: sua história e sua gente”, por meio de seus principais cantores e compositores. A exposição comemora o Dia da Música Popular (27) e faz uma retrospectiva da MPB e sua influência na vida brasileira.