A economia baiana manteve, no segundo trimestre, o mesmo índice de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) registrado no primeiro, de 0,6%. Os números foram apresentados durante entrevista coletiva, nesta sexta-feira (11), pelo secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, e pelo diretor-geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Pinheiro acredita que os números da economia baiana continuarão crescendo no terceiro e quarto trimestres. “A minha expectativa é que o PIB baiano chegue a superar a casa do 1,0% até o final do ano”, declarou.

O destaque do crescimento do PIB da Bahia foi o setor de serviços, com um índice de 3,3%, que representa 60% da estrutura produtiva do estado. Os principais fatores de crescimento foram o comércio (5%), a administração pública (4,8%) e o turismo (3,3%). O comércio varejista também contribuiu para a manutenção do crescimento da economia baiana, com o crescimento de 3,8%.

A agropecuária registrou queda de 6,8% e a indústria repetiu a retração de 0,74%, devido à queda de 7,3% da indústria de transformação. O segmento foi um dos mais afetados, por ter entre seus itens produtos como o petróleo, significativo para na indústria baiana e uma das cadeias produtivas mais atingidas pela crise econômica mundial.

Mesmo com os baixos índices da indústria, setores como a construção civil tiveram destaque na geração de empregos no estado. A área foi responsável por mais de 3,8 mil dos quase 10 mil novos postos de trabalho criados.

Segundo Pinheiro, isso se deve aos investimentos feitos pelo Estado para manter a distribuição da renda e, consequentemente, do poder de compra do baiano. “O contingenciamento dos gastos do Estado e a descentralização da economia fizeram com que o estímulo ao consumo interno se mantivesse”. O secretário garantiu ainda que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são fundamentais para o crescimento da geração de emprego e renda na Bahia.

Brasil

No mesmo período, o índice brasileiro teve queda de 1,2%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda está associada ao baixo desempenho do mercado externo, que afetou diretamente o Brasil. Mesmo assim, a economia do país teve um crescimento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2008, o que mostra o início da superação da crise no país.

“A crise não conseguiu desestruturar os agentes sociais da economia baiana, pois a Bahia continua gerando empregos. Só este ano foram 33 mil novos postos de trabalho”, explicou o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis. Segundo ele, a Bahia soube administrar melhor a situação de crise, mesmo usando as mesmas armas do governo federal.