O Instituto de Gestão das Águas e Clima (Inagá), autarquia da Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema), e a Secretaria da Cultura (Secult) prosseguem com a execução da primeira etapa do Projeto Águas Fontes da Vida, que prevê o mapeamento, a recuperação e conservação das fontes sagradas de dez Terreiros de Salvador. O projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afrobrasileiras (Intecab).

Além da recuperação arquitetônica, está sendo feito o levantamento do processo histórico-cultural da fonte na vida religiosa dos Terreiros para posterior identificação e a análise das condições da qualidade das águas nos territórios étnicos de dez Terreiros de candomblé de Salvador, Lauro de Freitas e Candeias.

A análise das águas sagradas foi incluída em uma linha de ação do Programa Monitora, que avalia periodicamente a qualidade da água dos 100 maiores rios da Bahia como parte do Programa Água para Todos.

O diagnóstico das fontes dos terreiros vai possibilitar uma ampliação significativa da rede de monitoramento de qualidade de água alcançada pelo Programa Monitora, a partir da inclusão da variável étnica e do respeito à ancestralidade das religiões de matriz africana como elementos de valorização e conservação das águas.

Concluída a etapa de diagnóstico de infraestrutura dos terreiros, terão início as atividades de restauração e melhoria do espaço físico dos territórios étnicos visitados.

Cronograma

Iniciadas em setembro, também prosseguem até dezembro as visitas técnicas a dez terreiros de candomblé localizados na capital e na região metropolitana, para diagnóstico das condições iniciais dos seus mananciais sagrados, das características arquitetônicas e do estado de conservação dessas construções, com o objetivo de subsidiar intervenções posteriores.

Também estão sendo mapeadas as espécies botânicas dos terreiros que são utilizadas durante os rituais religiosos do candomblé. Outra variante do programa é a educação ambiental, na medida em que as próprias comunidades de terreiro estão sendo envolvidas na sensibilização em suas comunidades e vizinhança da necessidade de preservação e conservação das águas, que fazem parte de todos os rituais religiosos.

O projeto busca conciliar a necessidade de conservação dos recursos hídricos (especialmente rios, cachoeiras e as matas do entorno) com a livre expressão religiosa, garantida pelas Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos (Lei Federal nº 9.433/97 e Lei Estadual nº 11.612/09).

Esta ação é resultado de demandas apontadas em 2007 por comunidades de terreiros durante os Encontros Pelas Águas, uma série de eventos que propiciou o diálogo do Governo da Bahia com diversos grupos tradicionais em relação aos problemas relacionados aos recursos hídricos dos locais onde vivem.

Terreiros beneficiados

Casa Branca
Ilê Axé Gantois
Mokambo
Kalebokun
Ilê Axé Oyá Tolá
Candeias (Passagem dos Teixeiras)
Mocambo Dandalunda
Modum- Zoo
Ilê Axé Oxumaré
São Jorge da Gomeia Lauro de Freitas (Bairro de Portão).