Os aproximadamente 250 mil itens que compõem o acervo da Fundação Casa de Jorge Amado (FCJA) vão ser digitalizados. Entre os documentos e objetos estão os originais datilografados de livros, cartas, artigos, fotografias e as mais diversas publicações do escritor baiano.

Todo o material será scaneado e transformado em arquivos digitais disponibilizados num banco de dados, na internet e na sede da instituição, no Centro Histórico de Salvador. O projeto batizado de “Salve Jorge” tem o apoio financeiro do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que está investindo R$ 181,5 mil na digitalização.

Para o superintendente regional do Banco na Bahia, Nilo Meira, o BNB entende que cultura também é desenvolvimento e, por isso, apoia iniciativas como essa. “A Bahia tem a maior economia da região e a 6ª maior do país, tem uma riqueza cultural enorme, e, nessa área, “o Salve Jorge” se destaca pela importância de Jorge Amado”.

O governador Jaques Wagner ressaltou a importância da iniciativa do BNB, que teve a sensibilidade para apoiar a preservação da memória do escritor. “Jorge é a cara da Bahia, é a cara da nossa cultura, um expoente que levou nosso estado aos quatro cantos do mundo. Sua obra não pode se perder e o BNB dá uma contribuição importante nesse sentido”.

Com a digitalização vai ser reduzido o uso e a manipulação do acervo, preservando as obras e dando sobrevida ao material. Para o presidente da FCJA, Artur Guimarães Sampaio, o acervo também ganha segurança. “Ele passará a ser guardado em dois ou três lugares diferentes, o que previne a perda total no caso de catástrofes ou acidentes, que são a maior causa da perda de acervos no mundo”.

Acervo

Entre os itens que serão digitalizados estão verdadeiras preciosidades como as várias versões do romance Jubiabá, escrito por Jorge Amado, em 1934. “Ele escrevia direto na máquina e costumava reescrever várias vezes o mesmo romance. Esses originais preservam as razuras, correções e observações feitas por ele enquanto criava as histórias”, conta a diretora executiva da FCJA, Miriam Fraga.

Boa parte desse material já está em condições de fragilidade por causa do tempo. “Os pesquisadores queriam ter acesso a esse material. Era difícil, porque, mesmo com toda a tecnologia para não dar acesso direto, ele se estraga. Agora, a memória de Jorge vai poder ser consultada com segurança e de qualquer lugar do mundo”, enfatizou Fraga.