Todo cuidado foi pouco para desencaixotar as obras do francês Auguste Rodin, avaliadas em dez milhões de euros, o equivalente a R$ 26 milhões. A primeira caixa a ser aberta foi a que guardava a escultura Eva, criada em 1881, e logo depois O Escultor e sua Musa.

A Eva de Rodin tem braços dobrados sobre o peito e o rosto baixo, num gesto de vergonha, mede 1,74 metro e pesa 93 quilos. A abertura dos caixotes foi acompanhada pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o secretário estadual de Cultura, Márcio Meirelles. As esculturas começaram a ser organizadas em peças de vidro nesta terça-feira (13).

No total, são 62 obras originais que fazem parte da exposição Auguste Rodin, Homem e Gênio, no Palacete das Artes, em Salvador, que será aberta ao público a partir do dia 27 deste mês.

As esculturas chegaram à capital baiana na última sexta-feira (9), mas só foram abertas hoje porque estavam se adaptando à temperatura e à pressão local, pois foram submetidas a diferentes pressões no transporte desde a França. O procedimento é necessário para evitar qualquer tipo de fissura. Para trazer as obras a Salvador foram investidos cerca de R$ 1,5 milhão. Os gastos foram utilizados em serviços com empacotadoras, transportadoras, técnicos.

Segundo o secretário de Cultura, a vinda das obras para o Brasil é resultado de intensas negociações travadas desde 2007 pelo governo da Bahia com o Museu Rodin de Paris. As esculturas ficarão em Salvador durante os próximos três anos.

De acordo com Meirelles, esta é a primeira vez que o Museu Rodin de Paris concorda em ceder por tanto tempo as peças do artista para uma exposição. “O Rodin da Bahia não é só a exposição. É um projeto mais amplo, que envolve a interação e o intercâmbio entre a cultura francesa e a brasileira”, explicou.

Outro fator essencial para que as peças viessem para a Bahia é a segurança que o museu do Palacete das Artes proporciona às obras. O secretário declarou que este é o museu mais seguro da Bahia, com câmeras e esquemas de segurança que garantem a integridade das obras de Rodin.

Para Juca Ferreira, a vinda das obras originais de Auguste Rodin pode atrair mais público aos museus. “Apenas 7% da população visita os espaços. A exposição vai repercutir positivamente na formação de público aos museus. Queremos com isso desenvolver no brasileiro a cultura de ir aos museus, de visitar obras de artistas importantes, de ampliar seus conhecimentos”, afirmou.

Visitação

Até dezembro, o público poderá conferir de graça a exposição Auguste Rodin, Homem e Gênio. O diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, informou que ainda não está definido se a partir de 2010 o museu cobrará pela visitação.

Ribeiro adiantou que diversas oficinas serão montadas para explicar sobre o trabalho do escultor a estudantes e a quem for visitar a exposição.