Saúde e qualidade de vida para os professores da rede pública estadual. Com este objetivo, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) está levando para as escolas profissionais de fonoaudiologia e fisioterapia para trabalhar os cuidados com a voz, aquecimento e desaquecimento vocal, levantar os fatores e evitar a perda da voz e rouquidão. Os professores também recebem orientações individuais sobre a LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho).

As atividades estão sendo realizadas inicialmente em 11 escolas e integram o Programa de Atenção à Saúde e Valorização do Professor, que visa propor a elaboração de uma política de saúde ocupacional aos seus servidores.

De acordo com a coordenadora do programa, Regina Borges, é preciso situar este trabalho como o cumprimento do compromisso que o Governo assumiu com a sociedade, no sentido de tornar a educação uma de suas prioridades. “Os resultados das ações propostas terão amplos benefícios, seja na otimização de recursos públicos, na saúde e na autoestima do professor, seja na oferta de um ensino de qualidade, formando melhor seus cidadãos”.

O professor de educação física, Paulo Natividade, do Colégio Estadual Renan Baleeiro, afirmou que cometia erros acreditando que fazia o correto, porém, depois das aulas, passou a aprender a se expressar melhor. Natividade alertou que as aulas de educação física exigem um esforço da voz por serem feitas em espaço aberto e ter barulho, o que gera um desgaste. “Esta iniciativa do Estado é inovadora por valorizar o profissional e nos alertar para cuidar da nossa saúde”.

Agravos ocupacionais 

Estudo realizado em Salvador revela que pó de giz, ritmo acelerado de trabalho, esforço físico e ambiente intranquilo e estressante estão associados à presença de alteração vocal.

Dos agravos encontrados, os problemas vocais, chamados de disfonias, têm recebido atenção das instituições de ensino superior em fonoaudiologia que, em ação conjunta com a Secretaria da Educação do Estado, estão atuando diretamente nas escolas.

O professor de inglês do Renan Baleeiro, Nivaldo dos Reis, declarou que já teve problema de rouquidão, devido a inexperiência. “Como ensino outra língua, preciso ter uma dicção e me expressar bem para que os estudantes entendam. Sei que este trabalho irá me disciplinar”.

O fonoaudiólogo Roberto Costa, que coordena a oficina, acredita que este primeiro momento é de conscientização dos professores de que a voz é o instrumento de trabalho deles e, se não cuidarem, perdem. “Existe um grande número de profissionais afastados por conta de problemas vocais e o nosso trabalho é de prevenção, para que estejam saudáveis e não precisem se afastar das salas de aula”.

Durante as oficinas, os professores são observados e, caso seja detectado alguma alteração vocal, são encaminhados para as clínicas-escola das universidades parceiras.