Mais 35 internos do sistema prisional, que estão prestes a ganhar liberdade, serão capacitados para voltar ao convívio social ao concluírem o curso Preparando para a Liberdade (5ª edição), iniciado, nesta sexta-feira (23), no Conjunto Penal de Lauro de Freitas.

O curso é uma iniciativa da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), em parceria com a Fundação Dom Avelar Brandão Vilela, e pretende contribuir com o desenvolvimento pessoal e inserção social dos internos, estimulando-os a serem agentes de transformação da própria realidade.
Até o momento, 123 internos receberam certificado de conclusão do curso, que já ocorreu na Colônia Lafayete Coutinho (58 internos), no Conjunto Penal Feminino (30 internos) e na Colônia Penal de Simões Filho (35 internos).

Os internos assistiram aulas sobre assuntos relacionados ao fortalecimento da autoestima, comportamento individual, violência, autocuidado, exercício da cidadania, empreendedorismo, entre outros. Esses temas também serão ministrados para os 35 internos de Lauro de Freitas.

“O curso é importante para permitir ao interno uma oportunidade de trabalho, autonomia de poder crescer, estímulo para montar o próprio negócio e, com isso, ser um empreendedor. Essa proposta é extremamente importante na perspectiva de abrir as portas para que a sociedade possa olhar para o interno dentro de uma visão de reintegração social e que ele possa ter seus caminhos trilhados em uma linha de trabalho, respeito e integridade”, destacou o superintendente de Assuntos Penais da SJCDH, Isidoro Orge.

Liberdade e Cidadania

O curso Preparando para a Liberdade integra o Programa Liberdade e Cidadania, também proveniente da parceria entre a SJCDH e da Fundação Dom Avelar. O compromisso, firmado a partir de um convênio de cooperação técnica e financeira, tem a proposta de inserir os presos e egressos do sistema prisional no mercado de trabalho, além de atender às suas carências sociais mais imediatas, por meio do atendimento social, do acompanhamento psicossocial do estímulo ao empreendedorismo, da inclusão digital, de cursos, inserção social e outras atividades.

Os egressos que procuram o programa são atendidos e, aos que apresentam perfil de empreendedor são concedidos kits de geração de renda, que podem ser carrinhos de cachorro-quente, materiais para montar salão de beleza ou outro negócio do interesse do egresso-empreendedor. Desde que o programa foi iniciado, 52 pessoas já foram beneficiadas com os kits, financiados pelo governo.

Um exemplo de empreendimento bem sucedido e de reinserção no mercado de trabalho é o do egresso da Lafayete Coutinho, G.B.A., que participou do curso, procurou o Liberdade e Cidadania e já está trabalhando há 60 dias em sua oficina mecânica, montada com a ajuda do programa.

Para o egresso, a oportunidade de montar o próprio negócio facilitou a sua reintegração no mercado de trabalho, pois segundo ele, nem todos estão preparados na sociedade para contratar ‘ex-presidiários’. “O curso favoreceu em meu amadurecimento, me ensinou a gerir meu próprio negócio. Favoreceu também para eu ter ciência de que o crime não compensa. Mostrou que tem pessoas interessadas em ressocializar o preso e me deu ferramentas para trabalhar. A sociedade discrimina a gente e não dá oportunidade de trabalho com carteira assinada para quem já foi preso”.