Principal polo agrícola do estado, o oeste da Bahia passa agora a ser também exemplo de equilíbrio entre desenvolvimento e preservação do meio ambiente. Por meio de uma parceria entre o governo estadual e a Associação de Agricultores Irrigados da Bahia (Aiba), será realizado na região o programa Oeste Sustentável, que vai promover a regularização ambiental de cerca de duas mil propriedades rurais.

O programa, lançado nesta sexta-feira (23) na cidade de Barreiras, vai atingir nove municípios e corrigir um passivo ambiental de 30 anos. “Quando os primeiros agricultores chegaram aqui, não havia essa preocupação com o meio ambiente. Hoje, o agricultor entende que, além de uma exigência legal, a sustentabilidade é uma questão de sobrevivência”, afirmou o presidente da Aiba, Valter Horita.

Já foram feitos o mapeamento de sete municípios e o cadastramento das propriedades de outros três. Quando essa primeira fase for concluída, os técnicos das secretarias estaduais do Meio Ambiente e da Agricultura vão identificar as áreas onde será necessário realizar ações de recuperação.

Segundo o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, a maioria das propriedades cumpre a legislação, mas não regulariza a situação junto aos órgãos do meio ambiente. “Com o programa Oeste Sustentável, essas propriedades serão regularizadas, depois de 30 anos. Isso vai facilitar a aprovação de financiamentos”, afirmou.

Entre os principais problemas ambientais da região estão o desmatamento da margem de rios, que provoca erosão e assoreamento, a contaminação das águas pelos defensivos agrícolas e as queimadas. Para o secretário do Meio Ambiente, Juliano Matos, além de garantir a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, o programa vai ser tornar uma vantagem competitiva para os produtos da região.

“Quando forem vendidos, a soja, o algodão e os outros produtos do oeste levarão a marca de um trabalho ambientalmente correto, e isso, principalmente quando falamos em exportação, é muito importante”, disse Matos.