Gays, lésbicas, transexuais, homens, mulheres e famílias inteiras agitaram as ruas do Centro de Salvador, no domingo (25), durante a 8° Parada Gay da Bahia. Segundo a Polícia Militar, aproximadamente 600 mil pessoas levantaram a bandeira do arco-íris num gesto contra a homofobia. O evento é o terceiro maior do Brasil, ficando atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro.

A Secretaria do Turismo e a Bahiatursa, que lançaram recentemente, nos Estados Unidos, um Guia de Turismo Baiano voltado para o público LGBT, patrocinaram o evento. “A Parada Gay pode ser vista como um evento que contribui para o desenvolvimento do turismo LGBT. Uma programação que confirma a existência de uma demanda por produtos especializados e voltados para esse público”, afirma a presidente da Bahiatursa, Emília Salvador Silva.
O fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luís Mott, falou da importância do evento para o turismo no estado. “Com certeza vem muita gente de fora, fiz uma consulta a alguns hotéis da cidade e muitos estão lotados. É uma celebração de alegria e também de denúncia contra o preconceito. Por isso, chama a atenção de muita gente”.

Para Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, a Bahia é um destino pronto para o turismo GLS. “Tem uma cultura muito forte, atraente, as pessoas são muito envolventes, bonitas, fascinam o mundo inteiro. Os gays adoram toda essa diversidade que a Bahia tem”.

O norueguês Svénn, que visita a Bahia pela primeira vez, ficou encantado com as fantasias dos que estavam em cima dos trios elétricos. “Fiquei curioso quando soube que estava acontecendo esse evento e vim ver de perto. É interessante a forma como as pessoas se vestem. A música daqui é muito boa e a cidade é linda demais. Com certeza vou voltar mais vezes”.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da cidade de Salvador (Sindihotéis), Silvio Pessoa, informou que o evento movimenta a cadeia turística do estado, apesar de não haver ainda um estudo específico sobre isso. “Não temos ainda uma pesquisa para quantificar os gays e as lésbicas que se hospedam na cidade, mas, com certeza, a Parada Gay traz pessoas de outros estados, de cidades do interior, e, para isso, os meios de hospedagem têm treinamento para lidar com esse segmento. O turista GLBT é o que mais consome e o que tem um alto poder aquisitivo e são muito importantes para a Bahia”, enfatizou Pessoa.

Pesquisa sobre público LGBT

Segundo o Ministério do Turismo, as capitais Salvador, Rio de Janeiro, Florianopólis e São Paulo são consideradas destinos gay-friendly no Brasil. Uma pesquisa feita pela Insearch, especializada em comportamento do consumidor, com 5.315 gays, em 17 estados brasileiros constatou que os entrevistados gastam 40% a mais com lazer do que a média da população, 84% viajam em média quatro vezes ao ano, 36 % já viajaram ao exterior, 57% possuem nível superior e 59% possuem cartão de crédito.

Segundo dados da Abrat GLS o perfil do Consumidor GLS é de pessoas que possuem dupla renda, rendimentos acima da média da população e não tem filhos. São informados e exigentes, consomem mais lazer, cultura, viagens, moda e design e buscam qualidade e excelência no atendimento.

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