Reestruturação das cadeias produtivas das oleaginosas para o estado da Bahia, manejo ecológico de pragas e doenças e tecnologias de sementes, são alguns dos temas do Curso de Capacitação Sobre Produção e Uso de Oleaginosas visando o biodiesel, promovido pela  Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), autarquia da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri).

Com foco nas culturas de dendê, girassol, pinhão manso e mamona, o curso, que começou segunda-feira e prossegue segue até sexta (20), no Centro de Pesquisa da Ceplac, em Itabuna, vai capacitar 32 técnicos da EBDA, por meio de conhecimentos de novas tecnologias de manejo e cultivo das principais oleaginosas que possuem potencial para o biodiesel. O curso faz parte do Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel (PNPB) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Seagri.

De acordo com o coordenador do Programa do Biodiesel na EBDA, Valfredo Dourado, uma vez capacitados, os técnicos da Empresa repassarão os conhecimentos adquiridos no curso para os agricultores familiares das regiões do sul e baixo sul do estado.

O Governo do Estado vê no setor uma boa estratégia para garantir mais renda e qualidade de vida para os pequenos agricultores baianos, pois já há significativa demanda de empresas interessadas em produzir biodiesel na Bahia. “Precisamos avançar nos pontos relativos ao setor, desde a organização da produção, por intermédio da agricultura familiar até a pesquisa da eficácia do resultado do produto final", explicou Dourado.

Para o diretor de Agricultura da EBDA, Hugo Pereira, a proposta do governo é trabalhar com a articulação entre as secretarias, governo federal e organizações privadas para que a atividade cresça na Bahia, promovendo a inserção sócioeconômica dos agricultores familiares, especialmente do semiárido.

Demonstrações

Durante as exposições agropecuárias que acontecem durante todo o ano, a EBDA disponibiliza para o pequeno agricultor, em seu estande, máquinas que refletem as tecnologias mais adequadas para a produção de biodiesel. São três máquinas, oriundas de pesquisas. Uma trabalha na produção do óleo a partir do processamento de girassol. Outra, com tecnologia da Embrapa, em parceria com a Universidade de Brasília (UNB), processa a mamona, com traqueamento direto, sem adição de álcool ou metanol. A terceira máquina, com processamento a partir da soja, veio do Ceará, onde também estão sendo desenvolvidas tecnologias para a pequena produção.

Nas demonstrações são feitas explanações sobre a importância das novas tecnologias para a pequena produção e os agricultores podem verificar o plantio de oleaginosas como a mamona, o girassol, a soja e o pinhão-manso, todas com potencial para a produção de biodiesel.

Para se produzir o biodiesel, o óleo retirado das plantas é misturado com álcool ou metanol e depois estimulado por um catalisador, que é utilizado para provocar uma reação química entre o óleo e o álcool. Depois o óleo é separado da glicerina (substância utilizada na fabricação de sabonete) e filtrado. Existem muitas espécies vegetais na Bahia que podem ser usadas na produção do biodiesel como o óleo de girassol, de amendoim, de mamona, de soja, entre outras.