Durante palestra ministrada, neste sábado (14), no Iberostar Hotel, em Praia do Forte, o governador Jaques Wagner propôs aos empresários atacadistas (supermercados e distribuidores) a criação de uma câmara setorial. O objetivo da iniciativa seria discutir em conjunto – governo e empresários – os pontos de interesse para o crescimento do setor, como a carga tributária e o combate a sonegação fiscal.

Intitulada Perspectivas da Economia para 2010, a apresentação conduzida por Wagner integrou a programação do 33º Encontro Baiano de Supermercados e 7º Encontro de Distribuidores Atacadistas da Bahia. O evento acontece até este domingo(15), reunindo cerca de 400 empresários e representantes de marcas como Perdigão, Skol, Pepsico, Ambev, Vitarela, Schincariol, Unilever e Adams.

“Tenho todo o interesse de fortalecer o segmento de supermercados e atacadistas da Bahia, por meio da busca de saídas consensuadas”, afirmou Wagner, reconhecendo a centralidade atual dos setores na economia baiana que, em 2009, foram responsáveis por 17% dos empregos gerados no estado e por 12% do Produto Interno Bruto (Pib).

Ao longo da palestra, o governador ressaltou que a Bahia vive um momento de “recuperação da economia”, assim como todo o país, apresentando um crescimento variável entre 1,2% a 1,5%. “Para 2010, esperamos um crescimento em torno de 4.0 a 4.8%”. Destacou, ainda, a geração de mais de 54 mil empregos neste ano, espalhados não só pela RMS, mas por todo o interior baiano.

“E o setor de supermercado é um dos que mais gera empregos pelo interior, contribuindo com o desenvolvimento equilibrado da Bahia”, disse.

Diante disso, Wagner enfatizou a construção contínua de uma relação de parceria e transparência com os empresários, para que todos estejam preparados para 2010. “A expectativa é que o setor tenha um 2010 melhor que o 2009, já que a economia baiana certamente crescerá ainda mais”, observou o governador, lembrando que algumas medidas foram e estão sendo adotadas para alavancar o segmento, como a redução do ICMS.

Na avaliação do presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase), Teobaldo da Costa, os incentivos estaduais contribuíram para que o segmento resistisse a crise econômica mundial. “Não conhecemos a crise. Geramos mês a mês mais empregos, mais renda e mais arrecadação de impostos. Com o apoio cada vez maior do Estado, vamos seguir na construção de uma Bahia mais forte”.

Comércio baiano cresceu 7% em setembro

O comércio varejista da Bahia apresentou, em setembro, expansão de 7,0% no volume de vendas em comparação com igual mês de 2008. Setembro foi o nono mês consecutivo em que o comércio baiano apresentou resultado positivo este ano. Em comparação com agosto, mês imediatamente anterior ao pesquisado, a variação foi de 1,4%. No acumulado dos nove primeiros meses de 2009, em comparação com o mesmo período de 2008, a expansão é de 5,5%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgados, em parceria, pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento.

No Brasil, a taxa de crescimento de setembro, em relação ao mesmo mês de 2008, ficou em torno de 5,0%. Na comparação com o mês imediatamente anterior, a expansão foi de 0,3%. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, a taxa ficou em 4,7%.

O crescimento das vendas pode ser explicado pela grande variedade de artigos encontrados nas diversas lojas do segmento, dentre as quais se destacam as que comercializam artigos esportivos, jóias, material ótico e fotográfico e também as lojas de departamento.

Após oito meses seguidos, neste ano, apresentando variações negativas, em setembro, a pesquisa apurou crescimento de 2,4% nas vendas do ramo de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação. Por outro lado, o segmento de Tecidos, vestuário e calçados manteve variação negativa (-1,5%).

Nos segmentos que não compõem o indicador do varejo, mas são investigados pela PMC, o segmento de Automóveis, motos, partes e peças teve a taxa de crescimento mais relevante do ano (25,7%), acumulando expansão de 7,6% até setembro. O ramo de Material de Construção apresentou desempenho negativo (-6,7%).