LOCAL: prédio do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), Rua do Tesouro, s/nº, Centro Histórico de Salvador.
DATA: 19.11.09 (quinta-feira)
HORÁRIO: 19h

O QUE É: abertura da exposição "Benin está vivo ainda lá – ancestralidade e contemporaneidade".

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

EXPOSIÇÃO: é considerado o mais importante evento da arte beniense no mundo e integra a programação da Semana de Cultura do Benin na Bahia e as comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra em Salvador. A mostra reúne cerca de 300 trabalhos e divide-se em quatro momentos: o cotidiano, o sagrado, a arte e a ancestralidade e a contemporaneidade. São pinturas, esculturas, instalações, apliques e máscaras que ocupam dois pavimentos do prédio. Um diferencial da exposição é que ela será apresentada em meio às obras de implantação do museu, que será inaugurado em 2010. Sua realização representa um investimento de aproximadamente R$ 715 mil, viabilizados por meio da Fundação Palmares. A mostra permanecerá aberta ao público, gratuitamente, até o dia 3 de janeiro de 2010, de terça a domingo, das 9h às 17h, e deverá atrair mais de 10 mil visitantes, fora o contingente de estudantes (cerca de nove mil) da rede pública de ensino.

SEMANA CULTURAL: com a finalidade de resgatar as relações ancestrais entre Brasil e Benin, o evento acontece em Salvador, entre os dias 19 e 22 de novembro, com diversas atividades culturais envolvendo música, dança, cinema, culinária e debates, em diferentes locais da cidade. Durante esse período, 40 artistas do Benin, entre chefes de cozinha, músicos, dançarinos e fotógrafos estarão na capital baiana participando da programação. Esse é o primeiro evento de intercâmbio entre os países e a previsão é que em março de 2010 seja realizada a Semana da Bahia no Benin. A semana cultural é promovida pela Fundação Cultural Palmares e a organização não-governamental Ação e Cidadania, em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Salvador.

HISTÓRICO: a idéia das semanas culturais surgiu da visita de uma missão brasileira ao país africano no ano passado. O governador Jaques Wagner fez parte dessa delegação, sendo o primeiro chefe do Executivo baiano a pisar oficialmente em continente africano. Na ocasião, ele e o presidente beniense, Thomaz Boni Yayi, assinaram documentos reforçando suas intenções em promover a interação entre os dois povos, em diversas áreas, com destaque para a cultura e agricultura.

BAHIA X BENIN: começaram a estreitar relações em 1987, quando teve início um intercâmbio cultural com a inauguração no Pelourinho da Casa do Benin e, em Ouidah, da Casa do Brasil. Ambos são espaços culturais que mostram similaridades das duas nações. A revitalização dos dois centros culturais está na pauta dos entendimentos entre Benin e Bahia.

MUNCAB: é o principal projeto da Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro), que trabalha na promoção de ações voltadas à recuperação e preservação do patrimônio, da memória e da cultura afro-brasileira. Além do acervo, o imóvel onde fica o museu ainda terá salas de exposição, recital e de aula, oficinas, arquivos, lojas, cafés e lan house. A constituição do Muncab é parte do projeto de renovação da política cultural do Ministério da Cultura, como também é uma histórica reivindicação dos afro-descendentes. Sua instalação é uma forma de reconhecer a importância da influência africana nos costumes brasileiros, tantas vezes negligencia. 

BENIN: localizado no centro-oeste do continente africano, o país foi colônia francesa de 1892 até a década de 60 do século passado. Com 110 mil quilômetros quadrados (menor que o estado do Acre), é habitado por 6,5 milhões de pessoas. Sua língua oficial é o francês e a religião semelhante ao candomblé. De lá vieram muitos escravos para o Brasil, quando nosso país era colônia portuguesa. A influência cultural dos negros do Benin está marcada principalmente na culinária baiana, que herdou o acarajé (que lá se chama acará), a feijoada, o azeite-de-dendê e o inhame.