Binho é o mais novo integrante do Jardim Zoológico de Salvador. O pequeno mico tem aproximadamente quatro meses de idade e passaria despercebido se uma característica não o diferenciasse da maioria dos animais do Zoo: ele é albino.

O pelo branco, pela falta de melanina – proteína que dá pigmentação à pele e aos cabelos dos mamíferos -, e os olhos vermelhos do bebê primata são indicativos próprios de animais que possuem esta anomalia. Em especial, são sensíveis à luz, pois não suportam a exposição ao raio solar tanto na pele quanto na visão.

Binho não é o único animal albino do zoológico, além dele tem Alvinho. A cobra píton possui uma coloração de matizes amarelo e branco, sendo que a cor normal dessa espécie é o verde-escuro.

O albinismo entre os animais é uma raridade, mas qualquer animal é passivo de tê-lo. “É congênito, ou seja, os pais possuem o gene albino, que, por sua vez, é passado para o filhote, mas não apresentam características.”, explica o veterinário do Zoo de Salvador, Vinicius Dantas.

Cuidados

Por se tratar de animais que possuem sensibilidade ao sol ou a claridades intensas, os albinos necessitam de atenção especial, principalmente por serem mais susceptíveis ao câncer de pele e serem presas fáceis pela falta de pigmentação.

Além dos cuidados primários do berçário direcionados a Binho, o recinto em que o abriga é coberto por um lençol. Já Alvinho precisa tomar o banho de sol diariamente. Os répteis são ectotérmicos, conhecidos também como animais de sangue frio, não conseguem controlar a temperatura do corpo e, por isso, necessitam do banho de sol.

“Por possuir esta anomalia, Alvinho pega o sol bem cedo e não ultrapassa às 8h30 à sombra, para que o sol não incida diretamente nas escamas.”, ressalta a técnica do setor de educação ambiental do Zôo, a bióloga Mariane Viana.

Em ambos os casos, a reintrodução à natureza é difícil, por haver a redução de possibilidades de sobrevivência. “Ser branco impossibilita na camuflagem e ter uma visão deficiente prejudica para obtenção de alimentos e fuga dos predadores”, explica o veterinário.

Mito

As pessoas acham que o albinismo só ocorre entre os humanos, mas isso é mito. A prova é que cada vez mais animais albinos aparecem em locais inusitados e se tornam objetos de curiosidade junto à população. “Quando as crianças veem Alvinho, toda amarela, ficam curiosas e encantadas por conta da falta de coloração da cobra.”, diz a bióloga.

Emas brancas ou albinas

De acordo com o veterinário Vinícius Dantas, os visitantes não distinguem um animal branco, do albino. O zoo comporta duas emas, apesar de terem penas brancas, o que as difere de animais albinos é a cor dos olhos, que são azuis. “As pessoas se confundem e não percebem a diferença, um do outro”.