A necessidade de uma política participativa que promova o protagonismo social, através de instrumentos de inclusão, foi discutida na sexta-feira (6) durante a palestra Gestão Participativa e Povos e Comunidades Tradicionais, que faz parte da série Diálogo das Águas, no Auditório Paulo Jackson do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá).

O debate foi conduzido pelo coordenador do Núcleo de Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Aderval Costa Filho.

Segundo o palestrante, aproximadamente 25% do território nacional, o equivalente a cinco milhões de famílias ou 25 milhões de pessoas, é ocupado por comunidades tradicionais. “São grupos diferenciados e que se reconhecem como tais e possuem formas próprias de organização social. Boa parte desses povos encontra-se ainda na invisibilidade, silenciada por pressões econômicas, fundiárias, processos discriminatórios e de exclusão sociopolítica”, disse.

Para ele, essa discussão é uma oportunidade de dialogar sobre políticas públicas e sociais de inclusão desses povos. “É preciso ouvir para saber quais são as suas necessidades e envolvê-los, torná-los co-responsáveis e protagonistas da gestão participativa. É importante identificar o que pode ser feito para a melhoria das comunidades, sobretudo no que diz respeito ao meio ambiente e aos recursos naturais, que são a principal condição para o sustento desses povos”, afirmou.

Na oportunidade, a representante da comunidade Ilê Ase Ode Olu Ami (União de Oxóssi), Jidewa de Oxóssi, fez uma oração de origem iorubá em linguagem nigeriana. “O canto fala da força e do poder que é a água. É a evocação primordial mais antiga das águas”, explicou.

O assessor para Povos e Comunidades Tradicionais do Ingá, Diosmar Filho, declarou que o Diálogo das Águas reúne representantes de diversos setores para debater as necessidades e as perspectivas de melhorias futuras. “É preciso colocar na agenda da gestão política com respeito à diversidade, o que torna as comunidades tradicionais detentoras de saberes. E isso é um desafio na gestão pública”, destacou.