Nove propriedades rurais, no estado da Bahia, estão livres de brucelose e tuberculose. O Ministério da Agricultura e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), autarquia da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado (Seagri), já emitiram os certificados para fazendas localizadas nos municípios de Uibaí e Irecê.

A região, caracterizada em sua maioria por produtores de agricultura familiar, foi área piloto do Projeto de Propriedades Livres de Brucelose e Tuberculose, de âmbito nacional. A partir de agora, esses agricultores terão um produto qualificado e em condições de competitividade para exportação.

“Esta é mais uma contribuição para a construção de uma pecuária igualitária, forte e em conformidade com as determinações do governo federal. Queremos ver os produtos baianos ultrapassar as barreiras internacionais e conquistar seu lugar no mercado externo”, afirma o secretário da Agricultura, Roberto Muniz. Para ele, a entrega das nove certificações é apenas o início do programa da Adab, cujo objetivo é promover a adesão de todas as propriedades da cadeia leiteira na Bahia.

O diretor geral da Agência, Cássio Peixoto, complementa a declaração, informando que “a sanidade dos rebanhos e a qualidade dos produtos lácteos baianos, além de produzir um efeito impactante no comércio internacional, vão impulsionar a cadeia leiteira no estado, incentivando as indústrias a adquirir matérias-primas de qualidade, demonstrando já resultados efetivos das plataformas da cadeia produtiva do leite implementadas pela Seagri e seus parceiros”.
A estratégia da Adab é criar áreas com propriedades livres fornecedoras de produtos certificados. A conseqüência imediata é a geração de emprego, a garantia de animais saudáveis e a oferta de um produto qualificado para a população. “A próxima etapa é organizar as indústrias de laticínios para processar leite originário apenas de propriedades certificadas. Dessa forma vamos consolidar a cadeia leiteira na Bahia, abrangendo todos os eixos produtivos e seremos pioneiros nesta ação”, esclarece o diretor de Inspeção da Adab, Paulo Emílio Torres.

As propriedades participantes do projeto piloto e já certificadas pelo Mapa são as fazendas Itapicuru, Caldeirão, Mangueira, Canavieira e Pedreira, no município de Uibaí, e a Valpadana, em Irecê. As ações para o sucesso do projeto foram estabelecidas com o apoio da Federação da Agricultura (Faeb), Fundo de Desenvolvimento da Pecuária (Fundap), indústrias leiteiras e prefeituras municipais.

Certificação

Para iniciar o processo de certificação como propriedade livre de brucelose e tuberculose, o produtor deve ir a um dos 428 escritórios locais da Adab e preencher um requerimento de adesão ao programa. Em seguida, um veterinário habilitado pelo ministério realizará os exames fazendo a primeira colheita de material e enviando o resultado para a Adab.

Num prazo de 90 dias deverá ser feita uma segunda colheita, com envio de resultado novamente para a Agência. Seis meses após o segundo exame, o veterinário da propriedade informará à Adab, com 15 dias de antecedência, o dia da última colheita de material.  “Vale ressaltar que a presença de um técnico da Adab, nesta última etapa do processo, é uma determinação da legislação federal. O não cumprimento deste item invalida todo o procedimento anterior”, alerta a coordenadora do Programa de Brucelose e Tuberculose, Luciana Baiense.

O material recolhido da terceira colheita deverá ser encaminhado para um laboratório oficial credenciado. Após a terceira colheita, com resultado negativo consecutivo, o processo será enviado para o Ministério da Agricultura, que emite a certificação de propriedade livre de brucelose. O certificado tem validade de um ano e, após esse período, o produtor terá que revalidá-lo, realizando um único exame em todos os animais.