Mais de 180 pessoas, de todo o país, reuniram-se no Palácio da Aclamação, nos últimos dois dias, durante o 1º Encontro Teia da Memória, durante o qual estão sendo apresentadas iniciativas voltadas para a preservação da memória de comunidades carentes em 12 estados brasileiros.

O evento terminou nesta sexta-feira (18), e apresentou os resultados da etapa inicial do Programa Pontos de Memória, ação promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) em parceria com o Ministério da Justiça e a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

Nesta quinta-feira (17), seis Pontos de Memória se apresentaram no Palácio da Aclamação, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Maceió, Recife e Salvador, que foi representada pelo Ponto de Memória do Beiru, bairro que vem promovendo a valorização da cultura negra e da população do local, por meio do resgate da história do homem que dá nome ao bairro – Miguel Arcanjo (ou Beiru), escravo que vivia no local no século 19 e foi comprado pela família Hélio Silva Garcia.

“Estamos muito contentes. Inicialmente, pela oportunidade de sediar um evento que dá inicio a uma ação importante para a preservação da memória em diversas localidades do país e, também, por saber que, assim como o Ponto de Memória do Beiru, outras comunidades da Bahia terão sua história resgatada”, declarou o diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (Ipac), Daniel Rangel.

Também foram apresentados relatos de experiências bem-sucedidas de três museus comunitários, Museu da Maré e Museu Vivo de São Bento, ambos do Rio de Janeiro, e o Ecomuseu da Amazônia, de Belém do Pará. O presidente do Ibram fez questão de ressaltar o potencial do fortalecimento das comunidades para a diminuição da violência nas localidades que abrigam os pontos de memória.

“Vivemos uma mudança de paradigma porque estamos, assim, enxergando a questão da segurança no país de outra maneira. Além disso, temos a chance de pôr em prática uma visão de museologia social, atenta às localidades espalhadas pelo país que possuem um forte desejo de memória”, afirmou Nascimento.

Conselheiros do Patrimônio Museológico tomam posse nesta sexta-feira

Nesta sexta-feira, quando se comemora o Dia Nacional do Museólogo, ainda no Palácio da Aclamação, será dada posse aos primeiros conselheiros do Conselho Consultivo do Patrimônio Museológico. A partir das 18h, as atividades continuam no Museu de Artes Modernas da Bahia (MAM-BA), na avenida Contorno, em Salvador, com lançamento do Programa Ibram de Fomento aos Museus – 2010 e das publicações Subsídios para a Criação de Museus Municipais, Musas: Revista Brasileira de Museus e Museologia, número 4, e A imaginação museal, de Mário Chagas, diretor do Departamento de Processos Museais do Ibram.

Nessa mesma noite, serão apresentados os resultados dos dois primeiros editais de museus do Estado, o de Apoio a Propostas de Formação Artística e também o de Patrimônio e Preservação, Dinamização e Difusão de Acervos Pertencentes a Instituições Museais Privadas e Comunitárias no Estado da Bahia, que ofereceram investimentos de mais de R$ 1 milhão. Serão contemplados 32 projetos, em cinco categorias.

“A parceria com o Ibram é estratégica, pois a Política Nacional de Museus é um diferencial na construção da política estadual do setor. A divulgação dos resultados dos editais é um marco importante na construção dessa nova base”, considera Rangel, diretor de Museus.

Às 20h, o MAM apresenta a Coleção MAM-BA, 50 Anos De Arte Brasileira. Com curadoria geral da diretora do museu, Solange Farkas, a mostra é fruto de um intenso trabalho de pesquisa e restauro do acervo, expandindo o projeto do livro MAM-BA, Coleção Museus/Instituto Cultural J. Safra 2008, que divide a coleção em recortes comentados por curadores.

A Coleção MAM-BA 50 Anos de Arte Brasileira ficará em cartaz até 28 de março de 2010 e contará com uma intensa programação educativa, com visitas mediadas, atividades para crianças e jovens e um curso em que curadores convidados comentam cada núcleo da exposição.