O escritor baiano Marcos Augusto Pessoa Ribeiro foi o ganhador do concurso Passado e Presente da Globalização: residências literárias nas cidades portuárias de Salvador e Hamburgo, realizado pela Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Secult), em parceria com o Instituto Cultural Brasil-Alemanha (Goethe-Institut/Icba).

Ribeiro passará dois meses em Hamburgo, cidade portuária ao norte da Alemanha. O projeto também trará para Salvador, o escritor alemão Thomas Meinecke, que passará o mesmo período em Salvador. Os candidatos inscritos foram julgados por uma comissão formada por profissionais de reconhecida experiência no campo literário.

Feliz com o resultado, Ribeiro disse que não pensou no livro que deve escrever, mas que, a partir de agora, começa a refletir sobre o assunto e já antecipa qual será a sua linha de criação. “A minha expectativa é de observar a vida alemã e comparar, de certa forma, com a baiana. Eu devo registrar isso em uma espécie de diário literário antropológico. Talvez eu tenha que criar um personagem, um alter ego”.

A residência literária terá início em abril e finalizará em junho de 2010. Ao fim deste período, os dois escritores deverão entregar às instituições responsáveis pelo projeto, uma obra literária que reflita os dois meses de experiência em território estrangeiro. O projeto publicará um livro com os dois textos produzidos durante a residência. A previsão de lançamento da obra é o segundo semestre do mesmo ano.

Os escritores

Nascido em Jequié, em 1957, Marcos Ribeiro é contista, poeta, tradutor e médico. Publicou Vagas Obscenidades, na Coleção dos Novos, em 1982 (poesia), A Faculdade de Medicina na visão de seus memorialistas (1854-1924), Edufba, em 1997 (História), Todas as Coisas São Iguais, Selo Letras da Bahia, em 2002 (Romance).

Entre suas traduções estão Lawrence Ferlinghetti (Vida sem Fim: as minhas melhores Poesias, Editora Brasiliense, 1984), Dashiell Hammett (Safra Vermelha, Editora Brasileinse, 1985) e Robert Lowell (Além dos Alpes, Revista Iararana, nº. 2, 1999).

Thomas Meinecke nasceu em Hamburgo, em 1955, mas se mudou para o lado oposto do país, Munique, em 1977. Lá, atuou como co-editor e redator da revista vanguarda Mode & Verzweiflung (78-86), além de escrever uma coluna na renomada revista Zeit, também nos anos 80. Na conceituada editora Suhrkamp, lançou, entre outros, Mit der Kirche ums Dorf (1986), Holz (1988) e The Church of John F. Kennedy (1996), Tomboy (1998), Hellblau (2001) e Musik (2004). Meinecke é ganhador de diversos prêmios literários.