A Bahia registra expansão de 2,3% no seu Produto Interno Bruto (PIB), no terceiro trimestre de 2009, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No mesmo período, o PIB do Brasil apresentou crescimento de 1,3%.

A informação foi divulgada, nesta sexta-feira (11), em coletiva de imprensa realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, com a participação do secretário Walter Pinheiro e do diretor geral da SEI, Geraldo Reis.

Com o resultado positivo do terceiro trimestre e os possíveis efeitos da recuperação da economia baiana até o final do ano, a SEI estima uma expansão de 1,5% na soma das riquezas do estado em 2009.

Na avaliação Geraldo Reis “tivemos um ano atípico do ponto de vista econômico em 2009, com um período de retração e estabilidade e uma posterior expansão crescente dos indicadores, apontando para uma boa trajetória no ano. A taxa de 1,5% é uma estimativa extremamente positiva considerando a crise que atravessamos. Isso significa que teremos um PIB nominal da ordem de R$ 126 bilhões em 2009”.

O secretário Walter Pinheiro disse que “foi preponderante nesse desempenho, o fator de distribuição de renda, com geração de novos postos de trabalho, que vem resultando na evolução na renda média do trabalhador, refletindo diretamente nos bons resultados do setor de serviços”.

Dos três grandes setores que compõem o PIB, o de serviços foi o único com resultado positivo, com taxa de 5,5% no trimestre, devendo fechar o ano com expansão de 3,7%, contribuindo para minimizar as retrações sofridas na agropecuária e na indústria.

No que se refere à economia brasileira, também é esperada a mesma tendência de crescimento no setor de serviços e desempenho negativo na agropecuária e na indústria em 2009.

O setor de serviços foi fundamental para a expansão do PIB, pois representa aproximadamente 63% do valor agregado total da economia. O setor teve desempenho positivo em todos os trimestres do ano, quando comparado ao ano de 2008.

Como resposta às medidas de desoneração da economia brasileira, principalmente com redução de impostos federais e o aumento do emprego formal e do rendimento médio, o segmento comercial apresentou 6,2% de expansão no trimestre e deve crescer 5,0% no ano.

Além do comércio, outros segmentos dos serviços tiveram desempenho acima da média como o dos serviços da administração pública, que devem se expandir 3,5% no ano, e do segmento de alojamento e alimentação, que devem encerrar 2009 com expansão de 2%.

Bahia terá segunda maior safra de grãos de sua história

A queda da indústria em 3,1% no trimestre, devendo fechar o ano com retração de 1,2%, foi puxada pelo segmento da transformação, que recuou 7,6% no terceiro trimestre, com taxa estimada em -5,5% no ano. A atividade industrial apresentou forte desaceleração este ano, determinada basicamente pela crise da economia mundial, com queda nas vendas de petroquímicos, metalurgia, papel e celulose e automóveis, tanto no mercado doméstico quanto internacional, com reflexos em toda a cadeia industrial.

Quando analisado o desempenho no período de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período do ano anterior, verifica-se uma retração de 9,0% na indústria de transformação. Assim, em que pese a expectativa de uma grande recuperação do setor industrial no quarto trimestre, a queda na produção nos primeiros nove meses do ano deve comprometer o desempenho do setor em 2009.

Diferente do que aconteceu no restante do país, onde todos os segmentos industriais apresentaram resultados negativos durante o ano, a construção civil baiana, importante segmento pela geração de emprego e renda, continua apresentando resultados bastante satisfatórios, com 5,3% de expansão no trimestre, devendo expandir cerca de 7,0% em 2009.

O setor agropecuário também não apresentou resultados positivos em 2009 quando comparado a 2008. No terceiro trimestre de 2009, em comparação ao igual período de 2008, houve uma retração no produto primário da ordem de 2,8%. A taxa anualizada deverá ser negativa (-4,5%) em função das quedas na produção agrícola e pecuária.

Sobre esse resultado, o diretor da SEI diz ser importante mencionar que, em 2009, a Bahia deverá registrar a segunda maior safra de grãos de sua história, aproximadamente 6 milhões de toneladas. Mas essa safra será 4,2% menor que a registrada em 2008, quando a produção de grãos atingiu o recorde de 6,4 milhões de toneladas.