O público já pode conferir, até o dia 20, no Castelo Garcia D’Ávila, na Praia do Forte, a 2ª Mostra do projeto Artes Visuais Estudantis (AVE). Lançada na noite de sexta-feira (11), a exposição reuniu cerca de 300 pessoas diretamente ligadas à comunidade escolar, além de artistas plásticos baianos. Estão expostas 99 obras de artes, fruto do talento de estudantes da 5ª série ao 3º ano da rede pública estadual.

Durante a vernissage de abertura, um júri formado pelos artistas plásticos Edvaldo Gatto, Zú Campos, Marcelo Gatto, Walter Ganso, Cibele Mendes, Angela Veiga, Lina Niotta e pelo crítico de arte Aldo Trípodi, destacaram três obras, cujos autores foram premiados pela Secretaria da Educação do Estado, com um computador, cada um. 

“É a obra que fala por si. Você vai analisar a obra, seja ela um desenho, uma pintura ou uma escultura, e ela se destaca das demais. É a obra que diz eu sou obra de arte, ela se revela, não há um critério para premiação”, explicou Aldo Trípodi, antes de anunciar os destaques da noite.

Foram premiados a dupla Joasir dos Santos e Maria Dagma, com a obra Em busca da paz, Jakson Nunes, autor de Mar de solidão, Raice Santos, com a obra Vida. O júri também concedeu a José Neto e a Uilton Pereira o título de Destaque do Júri e a Alex Pinho e a José Porto a Menção Especial.

O menino Jakson Nunes, 11 anos, aluno da 5ª série do Colégio Estadual Oscar Cordeiro, de Alagoinhas, retratou na tela Mar de solidão a paixão que sentiu na única vez que viu mar. “A minha ideia foi de fazer o mar, de fazer a liberdade, porque o marinheiro tem o seu alimento do mar, é um lutador, é um ser vivo como a gente”, descreveu o estudante. Bastante emocionado, ao receber o computador, o pequeno artista agradeceu o apoio da diretora do colégio em que estuda e falou sobre sonhos. “Eu aqui estou realizando o meu sonho de ser um campeão na vida”.

Talentos – Diretores, professores e alunos de cerca de 700 escolas estaduais, de 362 municípios baianos estiveram envolvidos no AVE, em 2009. Para o artista plástico e professor de artes, Marcelo Gatto, o visual da mostra foi uma surpresa. “Nós temos aqui trabalhos que realmente surpreendem pela técnica e pela qualidade. A seleção das obras para a exposição foi muito bem feita. Que esse projeto vá em frente porque, além de incentivar a arte em nosso estado, descobrimos talentos maravilhosos. Vale a pena investir numa criança dessas. Existe um artista ali, na essência”, avalia Gatto.

“Tem trabalhos bons mesmo, coisa de se respeitar”, concluiu Edvaldo Gatto, Presidente dos Artistas Plásticos Modernos da Bahia, ao verificar as pinturas, os desenhos, as montagens e as esculturas expostas.

Com a sensibilidade de um grande artista e com a consciência de que, atualmente, é imprescindível aos homens cuidar do meio ambiente, o aluno do Colégio Polivalente de Camacã, Evanilson Pinheiro, explica a cena da tela Esperança, a sua primeira criação.

“Hoje nós vemos o homem só degradando, matando, queimando e o maior prejudicado é ele mesmo. O personagem tá bem acabado, magro. Você não vê olho, não vê boca, mas você percebe a expressão de tristeza. O mundo está na mão do homem e você vê no fundo da tela a mãe natureza chorando. A minha esperança é que a página vire e que a natureza volte a reinar”.