O desemprego caiu pelo sexto mês consecutivo na Região Metropolitana de Salvador (RMS), saindo de 18,7%, em outubro, para 17,8%, em novembro. Esta é a menor taxa da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Salvador (PED/RMS), realizada desde 1996 pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fundação Seade, Secretaria Estadual do Trabalho (Setre) e Universidade Federal da Bahia.

Segundo a pesquisa, a maior taxa de desemprego já verificada na RMS foi de 30%, em junho de 2003. Desde então, a taxa vem decrescendo paulatinamente, aferindo o menor índice em novembro de 2009 (17,8%) ao completar uma sequência de seis meses de queda.

Segundo a diretora de Pesquisas da SEI, Thaiz Braga, o fator que mais contribuiu para a queda do desemprego foi a geração de ocupações. “Ao todo foram criados 17 mil postos de trabalho em novembro, número superior ao de pessoas que ingressaram na População Economicamente Ativa (1 mil)”.

Ela informou ainda que, na comparação anual, a redução na taxa é de 10,6% – são 40 mil pessoas que saíram da condição de desempregados nos últimos 12 meses. A RMS foi a que registrou a maior queda na taxa de desemprego neste período. A RMS totalizou, em novembro, um milhão e 518 mil trabalhadores ocupados, contra 329 mil desempregados.

O aumento da ocupação foi verificado em quase todos os setores: Indústria (8 mil, ou 6,7%), Serviços (6 mil, ou 0,7%), Construção Civil (5 mil, ou 5,1%) e agregado Outros Setores – que inclui Serviços Domésticos e Outras Atividades (2 mil, ou 1,6%). Em contrapartida, houve diminuição no contingente de ocupados no Comércio (4 mil, ou 1,6%).

Em novembro houve um pequeno crescimento no emprego assalariado (0,4%), como resultado do acréscimo no contingente do setor privado (0,5%) e diminuição no do setor público (0,9%). No setor privado, registrou-se redução no contingente de assalariados com carteira de trabalho assinada (0,8%) e crescimento no dos sem carteira (6,3%). Aumentou o número de autônomos (2,4%), o do agregado outros, que inclui os Empregadores, os Trabalhadores Familiares, os Donos de Negócios Familiares etc. (5,6%) e o de trabalhadores domésticos (0,9%).

A superintendente de Desenvolvimento do Trabalho do SineBahia, Maria Tereza Andrade, informou que, em novembro, o sistema de intermediação para o trabalho do Governo do Estado colocou no mercado 58 mil pessoas. No ano (janeiro a novembro) foram ofertadas 120 mil vagas, com 58 mil pessoas empregadas (trabalho formal).

Segundo Tereza, a diferença entre vagas ofertadas (120 mil) e ocupações (58 mil) ocorre pelo perfil diferenciado entre a oferta e o profissional, além das empresas registrarem as vagas em diversos serviços de intermediação do trabalho.

Maior queda entre as seis regiões metropolitanas analisadas

Na comparação entre novembro de 2008 e de 2009, a taxa de desemprego diminuiu 10,6%, passando de 19,9% para os atuais 17,8% da PEA – População Economicamente Ativa. A Região Metropolitana de Salvador teve a maior redução anual da taxa de desemprego dentre as regiões metropolitanas analisas pela PED (São Paulo, Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Distrito Federal).

Nos últimos 12 meses foram contabilizadas menos 40 mil pessoas fora do contingente de desempregados, como resultado da redução da PEA (7 mil), e do aumento no número de ocupados (33 mil).

Enquanto em novembro de 2008 a RMS possuía um milhão e 485 mil pessoas ocupadas, no mesmo período de 2009, este número passou para um milhão e 518 mil pessoas atuantes no mercado de trabalho, um crescimento no nível de ocupação de 2,2%.

Observando-se os movimentos diferenciados dos setores ocupacionais, houve aumento no Comércio (24 mil, ou 10,8%), na Construção Civil (14 mil, ou 15,7%) e nos Serviços (6 mil, ou 0,4%), e decréscimo no agregado Outros Setores, que inclui os Serviços Domésticos e Outras Atividades (5 mil, ou 3,7%) e na Indústria (4 mil, ou 3,0%).

Segundo a posição ocupacional, o contingente de trabalhadores assalariados aumentou 2,0%, com crescimento exclusivamente no setor privado (3,5%), já que o setor público reduziu seu contingente de trabalhadores (2,8%).

No primeiro, registrou-se elevação no contingente de assalariados com carteira (4,2%) e, em menor medida, entre os sem carteira de trabalho assinada (0,7%). O contingente de autônomos aumentou 9,0%, enquanto o de domésticos e o de agregado outros reduziram em 5,9% e 8,4%, respectivamente.

Rendimento

Em outubro, o rendimento médio real elevou-se para ocupados (1,4%) e assalariados (2,0%). Os valores desses rendimentos foram estimados em R$ 990 e R$ 1.101, respectivamente. Em relação a outubro de 2008, o rendimento médio real diminuiu para a população ocupada (2,3%), assim como para a assalariada (1,0%).