A Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) encerrou 2009 com recorde histórico nas aprovações de crédito. Foram fechados 14,5 mil contratos de financiamento, no valor de R$ 169,8 milhões contra 13 mil contratos em 2008 no valor de R$ 133 milhões. Em 2002, ano do primeiro balanço da Agência, que foi criada em 2001, o valor das aprovações foi de R$ 50 milhões. Descontados os efeitos inflacionários, a taxa de crescimento ficou no patamar de 94%. A meta para 2010 é aprovar R$ 190 milhões em crédito para micros e pequenas empresas.

"Nosso excelente desempenho operacional em 2009 comprova a tese de que micros e pequenas empresas podem gerar bons negócios e que a agência de fomento acerta ao priorizar o crédito produtivo focado neste segmento", ressaltou o presidente da Desenbahia, Luiz Alberto Petitinga. Segundo ele, a demanda por crédito da agência foi superior à taxa de crescimento do PIB da Bahia. "Sobretudo, soubemos trabalhar bem na crise financeira mundial, período em que os bancos privados se retraíram. Essa retração do crédito privado, aliada à decisão política de ofertar crédito, contribuiu bastante para nosso bom desempenho em 2009".

Fonte de recursos

Ao longo de sua existência, a Desenbahia tem operado principalmente com duas fontes de recursos: o Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico do Estado da Bahia " Fundese e o sistema BNDES/Finame. Em 2009, os recursos do Fundese representaram 70% do valor das aprovações; e os do sistema BNDES/Finame, 27%. Apenas com recursos do Fundese, foram aprovados R$ 118,5 milhões de novos financiamentos em 2009, um montante 51% superior ao realizado em 2008 e sete vezes e meia o valor histórico de aprovações com essa fonte em 2002.

Já com os recursos das linhas do BNDES/Finame, a Desenbahia aprovou R$ 45,2 milhões em operações de crédito, montante também muito superior aos R$ 24,9 milhões aprovados em 2008. É importante frisar que de 2002 a 2008, as aprovações com recursos do BNDES/Finame não chegavam a ultrapassar a casa dos R$ 25 milhões, tendo se registrado o grande salto desse número em 2009.

Interiorização

O esforço de incremento da atuação da Desenbahia no interior do estado (fora da RMS), um dos objetivos estratégicos da Agência, tem se revelado exitoso, apesar das dificuldades impostas pela estrutura concentrada da economia baiana em torno da capital. Em 2002, a Desenbahia manteve 52% das aprovações fora da RMS e, em 2009, esse percentual foi de 67%. Em 2009, foram aplicados R$ 114,2 milhões no interior.

Um indicador da política de interiorização do crédito produtivo no estado é o crescimento do número de municípios no interior que obtiveram aprovações. Em 2002, a Agência financiou projetos em 51 municípios fora da RMS e, em 2009, esse número subiu para 164 cidades.

O financiamento a prefeituras municipais baianas também tem sido uma prioridade. Dos 17 financiamentos concedidos a prefeituras da Bahia no ano de 2009, 14 deles foram realizados pela Desenbahia (de acordo com dados disponibilizados pela Secretaria do Tesouro Nacional). O programa de apoio à aquisição de ambulâncias, máquinas, equipamentos e para realização de obras de infra-estrutura tem permitido a Agência colaborar com as administrações públicas municipais e, assim, com a melhoria da qualidade de vida do baiano.

Meta prevista

Para Luiz Petitinga "é relevante esclarecer que a política da Desenbahia de interiorização do crédito produtivo não tem deixado a economia da RMS desassistida". De 2002 a 2009, o valor histórico das aprovações realizadas nesta região saiu de R$ 24 milhões e atingiu R$ 55,6 milhões " um incremento de 132%. Apenas em relação a 2008, a taxa de crescimento dessas aprovações quase atingiu 60% (já que as aprovações foram da ordem de R$ 35 milhões).

Para 2010, a Desenbahia assume como meta manter-se em ritmo de incremento de suas operações, com a intenção de aprovar pelo menos R$ 190 milhões em contratos de concessão de crédito. A prioridade aos micros e pequenos empreendimentos será mantida, assim como o objetivo de interiorização do crédito. O foco é atingir empresas com menos acesso ao sistema financeiro.