Duzentas e trinta e seis famílias de pequenos produtores rurais do município de Ibirapitanga, na Região Sul do Estado, a 333 quilômetros de Salvador, receberam 150 mil alevinos doados pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Bahia Pesca, na terça- feira (26). Os peixes foram levados da Estação de Piscicultura de Pedra do Cavalo e dentro de oito meses já poderão ser capturados para consumo e comercialização.

A distribuição, que teve o acompanhamento de um técnico da Bahia Pesca, foi realizada na praça principal da cidade e reuniu produtores de 12 comunidades rurais, além de quatro assentamentos de trabalhadores. Alevinos das espécies tilápias, tambaquis e carpas foram distribuídos em sacos plásticos, contendo entre 500 a mil peixes cada. Os produtores também receberam orientação sobre forma de cultivo, alimentação e engorda dos peixes, observando o tamanho das aguadas e a quantidade de peixes por metro quadrado de lamina d`água.

Em Ibirapitanga foram atendidas as localidades de Serrada Imagem, Mato Seco, Pau Brasil e Marimbum, Três Morros, Reves, Igrejinha, Acaras, Cajazeira, Jacuba, Gatos e Papuã, Rio do Meio, Buris/Sabão, Água Potável e Serra de Areia, além dos assentamentos de Serra de Areia, Paulo Jackson, São João e Liberdade.

O trabalho em Ibirapitanga foi precedido de outro peixamento em aguadas públicas, dessa vez no município de Fátima, na região Norte do Estado, no último final de semana. O município, que fica a 323 quilômetros de Salvador, recebeu 200 mil alevinos, beneficiando cinco comunidades da zona rural, onde residem mais de duas mil pessoas.

Resultados garantidos – O assessor da presidência da Bahia Pesca, Romualdo Pereira, expôs aos produtores a importância do trabalho que vem sendo feito no interior do estado com a distribuição de alevinos tanto em aguadas públicas, como nos projetos que utilizam a técnica de cultivo de peixes confinados em tanques-rede.

“Isso é resultado da nova dinâmica de ações do Governo do Estado”, disse Pereira, referindo-se ao fato de que a Bahia Pesca tem a meta de passar dos sete milhões de alevinos produzidos em 2009 para 50 milhões até o final do ano, aumentando consideravelmente o número de municípios a serem beneficiados com o programa de povoamento em aguadas públicas.

Para cada 10 mil alevinos colocados em aguadas públicas, esclareceu o técnico da Bahia Pesca, Adriano Príncipe, pode-se produzir quatro mil quilos de peixes por ano. A média de sobrevivência dos alevinos, ao fim do ciclo de engorda para captura, consumo e comercialização, que dura de seis a oito meses, é de 40%.

Os dados aumentaram o otimismo da lavradora Maria de Lourdes Santos, 54 anos, que se deslocou do povoado de Reves, a 14 quilômetros da sede, para receber os 500 alevinos a que tinha direito. “Se tudo der certo, terei peixe depois do São João”, disse.
O lavrador e presidente da Associação dos Produtores Rurais de Rio do Meio, Genário de Jesus Souza, 44, não escondia a satisfação. O povoado de Rio do Meio, a 46 quilômetros da sede, cadastrou 22 famílias, que receberam 15 mil alevinos.