A hanseníase ainda se constitui situação preocupante em muitos municípios baianos. Em todo o estado, no ano passado, foram diagnosticados 2.549 casos da doença, sendo 209 em menores de 15 anos. Para chamar atenção sobre a importância do diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Programa de Controle da Hanseníase, está programando uma série de atividades para assinalar o Dia Mundial de Luta pelo Controle da Hanseníase, comemorado no domingo (31).

Por recomendação da Sesab, as Diretorias Regionais de Saúde (Dires) e as Secretarias Municipais de Saúde estão mobilizadas para realizar atividades conjuntas, com a finalidade de sensibilizar, informar e orientar a população sobre sinais e sintomas da hanseníase, visando à detecção precoce da doença.

Durante toda a semana, está sendo intensificado o atendimento à população em unidades básicas de saúde de Salvador e no Hospital Especializado Dom Rodrigo de Menezes (HEDRM). No domingo, uma equipe do hospital, com médico, enfermeiro e técnico de enfermagem, reforçará o atendimento na Unidade de Saúde da Família (USF) Aristides Maltez, no bairro de São Cristóvão, área considerada endêmica.

Conforme dados do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, a Bahia tem casos notificados de hanseníase em 68% dos municípios, distribuídos de forma heterogênea, mas algumas regiões apresentam áreas de concentração de casos, principalmente nas regiões norte, oeste e extremo sul, contribuindo para as elevadas taxas no estado.

Dos 417 municípios baianos, 115 são considerados prioritários para o controle da hanseníase, por concentrarem 97% dos casos detectados em 2008 e coeficiente de detecção geral de 15,44 por 100 mil habitantes, indicando nível de endemicidade muito alta.

Capacitação

Para implementar medidas eficazes de controle da hanseníase, como diagnóstico precoce, tratamento, vigilância de contatos, especialmente nos casos de menores de 15 anos, avaliação e monitoramento das incapacidades físicas e cura de todos os casos diagnosticados, o Programa Estadual de Controle da Hanseníase vem investindo em capacitações teóricas e práticas, bem como na promoção de campanhas, com o objetivo de intensificar a descentralização das ações de controle da doença para a atenção básica.

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que ataca principalmente a pele e nervos periféricos e pode ser altamente incapacitante. É importante lembrar que os portadores da doença, em geral, são estigmatizados pela sociedade, embora a transmissão da doença só ocorra através de contato íntimo e prolongado.

A hanseníase se manifesta, inicialmente, por manchas na pele, que fica dormente e sem sensibilidade, brancas ou avermelhadas. A doença tem cura e o tratamento é feito gratuitamente nos centros de saúde, sem necessidade de internamento, a não ser em casos especiais.

Uma importante questão é relacionada aos cuidados que devem ser observados pelos portadores de hanseníase, a fim de evitar sequelas ou deformidades decorrentes da doença, em função da falta de sensibilidade nas áreas afetadas – a pessoas não sente quando sofre algum ferimento ou queimadura, por exemplo.