Os freqüentadores de eventos de grande concentração popular como o Carnaval de Salvador, podem contribuir para a redução dos índices de criminalidade nessas festas, evitando circular com os originais de documentos pessoais, cartões de crédito, talões de cheque, celulares, máquinas fotográficas, filmadoras e outros objetos cobiçados pelos marginais.

A polícia orienta o folião a levar apenas a cópia autenticada da carteira de identidade e quantidade de dinheiro suficiente para alimentação, consumo de bebida e transporte. Veículo particular deve ser deixado em casa. “O criminoso se vale desses momentos festivos para praticar o furto em meio à multidão, e o roubo em vias alternativas dos grandes circuitos”, adverte o delegado geral da Polícia Civil, Joselito Bispo da Silva. Segundo ele, o folião pode colaborar com o trabalho da polícia nas ruas, denunciando à patrulha da PM ou à Delegacia Especial de Área (DEA) mais próxima quando perceber a atuação de algum assaltante.

Nos dias de Carnaval, a Polícia Civil mantém nos grandes circuitos um grupo especializado de policiais, intitulado Força de Reação. São equipes descaracterizadas que se infiltram na multidão, circulando pelos principais pontos da festa identificando os marginais e retirando-os de circulação. Os infratores agem, sobretudo, durante a passagem dos trios elétricos mais concorridos.

Joselito salienta que ao deixar os originais de documentos pessoais, talões de cheque e cartões de crédito em casa, o folião se previne contra problemas futuros. Muitos desses documentos, quando furtados, são vendidos para estelionatários que os utilizam para aplicar golpes. “Depois, o cidadão descobre que tem firma registrada em seu nome ou que está cadastrado no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e só poderá provar que não foi autor de algum delito se tiver registrado, previamente, queixa do furto de seu documento numa delegacia”.

Cartão de identificação

Além da cópia autenticada da cédula de identidade, o delegado aconselha ao folião que saia às ruas com um cartão de identificação contendo nome e telefone de um parente ou alguém íntimo que possa ser acionado em caso de emergência. Esse cartão, também deve informar se a pessoa é portadora de algum tipo de doença que exija cuidado especial e ainda tipos de medicamentos que ela possa ou não ingerir.

“Não é raro vermos foliões passando mal e até desmaiando, sem que as pessoas que os socorram possam acionar algum parente ou os médicos possam diagnosticar o problema com mais precisão”, afirmou o delegado.

Bolsas, carteiras e pochetes, mesmo vazias, não devem ser levadas a ambientes de grande concentração de público, pois aguçam a cobiça do marginal. O mesmo acontece com o celular. “Se for realmente necessário conduzir o telefone móvel ao Carnaval, combine com seu grupo de amigos de levar apenas um aparelho para uso coletivo, optando pelas ligações a cobrar”, recomenda Joselito Bispo, observando que essa providência fará diminuir a quantidade de celulares nas ruas. O aparelho deve ser colocado num bolso interno, preferencialmente na frente da roupa.

Veículo

Quem preferir deixar o veículo particular em casa estará evitando danificá-lo nas ruas ou passar parte da festa em engarrafamentos, além de não correr o risco de ter seu carro subtraído. Táxis e ônibus circulam com frota reforçada no Carnaval e são os meios de transporte ideais. Mas, se houver a necessidade de ir à rua de carro, reúna um grupo de amigos e utilizem um único veículo, que deverá ficar num estacionamento controlado. “Nunca deixe a chave do automóvel com o guardador de rua”, adverte Bispo.

Segundo ainda o delegado, o cidadão também pode evitar ser vítima de roubo, deixando de utilizar as vias vicinais de acesso aos circuitos do Carnaval, principalmente nas madrugadas. “Orientamos o folião a transitar pelas vias principais, evitando pegar atalhos para chegar mais rápido à Barra, Ondina, Campo Grande ou Centro Histórico. A polícia fica mais concentrada nos circuitos principais e nem sempre pode circular por essas vias vicinais”.