Uma força tarefa montada pelo Comitê de Enfrentamento à Violência Sexual do Estado da Bahia continua as ações contra a exploração sexual infantojuvenil. Com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) e das Voluntárias Sociais, mais de 1,5 mil guias e monitores estão nas entradas da cidade abordando as pessoas, distribuindo panfletos e informando a respeito da Campanha de Carnaval que combate a exploração de crianças e adolescentes no estado. A atividade em grupos vai até as 20h deste sábado (13), quando se iniciam os trabalhos individuais de cada instituição envolvida na Campanha.

Aeroporto, rodoviária, ferry boat, complexos hoteleiros e estações de transbordos, como a Lapa, foram tomados pela Campanha. A ação reforça a importância das pessoas denunciarem quando perceberem o ato. Na estação da Lapa, por exemplo, segundo a monitora Leide Manuela dos Santos, os ambulantes da região denunciaram casos de exploração envolvendo crianças, que foram devidamente encaminhadas para o Conselho Tutelar.

“Estamos atuando em todas as entradas da cidade para dizer àqueles que chegam para o Carnaval que a exploração sexual é crime. Discando 100 de qualquer telefone fixo, qualquer pessoa pode denunciar ou procurar o Conselho Tutelar mais próximo do bairro. No Carnaval queremos intensificar a discussão a respeito do assunto para diminuirmos os índices de exploração no estado”, garante o coordenador da Campanha, Waldemar Oliveira.

A Sedes chama a atenção para que, em caso de urgência, a pessoa que identificou o ato de exploração pode procurar também os Conselhos Tutelares dos bairros, o Ministério Público, a Delegacia Especializada para Repressão de Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derca) e a 1ª e 2ª Varas da Infância e Juventude.

O secretário da Sedes, Valmir Assunção, fez questão de ampliar essa Campanha para o interior do Estado. Em Muritiba, o Conselho Tutelar do município recebeu o material publicitário – cartazes e panfletos – e distribuiu nos centros comerciais antes da folia. “A Campanha cumpre o papel de denunciar e não ficaremos apenas no carnaval. Durante toda a festa faremos as intervenções, mas também vamos trabalhar a divulgação nas micaretas que acontecem durante o ano no interior do estado”.

Lançamento Nacional – Essa mesma iniciativa foi lançada em mais 15 estados na quinta-feira (11), pelo ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, durante a abertura oficial da festa em Salvador. Na Bahia, a Campanha está em sua 14ª edição, cuja coordenação é do Comitê Estadual, englobando mais de 70 instituições não-governamentais, governamentais, especialistas e organismos de cooperação internacional.

A Campanha prevê a veiculação de material informativo em TVs, rádios e jornais, além de ações para sensibilizar segmentos específicos com ênfase no setor turístico. Também estão espalhadas pelos principais circuitos da folia, as peças publicitárias que incluem camisetas, folders, cartazes, banners, bolas-shows, adesivos para automóveis e ainda busdoor e outdoors.

Na Bahia, os territórios onde foi diagnosticado o problema da exploração sexual, através de pesquisa realizada pela Sedes em 2007, também vão aderir a essa iniciativa. No total são 48 municípios que fazem parte do Pacto Estadual de Enfrentamento à Exploração Sexual Comercial Contra Crianças e Adolescentes. São cidades consideradas de maior vulnerabilidade e incidência desse fenômeno.