“A partir do axé music, a Bahia vem se configurando como um estado com grande número de editoras musicais no país e sexto em arrecadação pública, inscrevendo alguns de seus autores na liderança de rankings nacionais e regionais no quesito recebimento de direitos autorais”, afirmou o pesquisador Armando Alexandre de Castro, que apresenta pesquisa sobre Organização da Produção Musical Soteropolitana e o Caso do Axé Music no seminário Economia da Música, que acontece nesta sexta-feira (26) e no sábado (27), no auditório do Sebrae (próximo ao Largo dos Aflitos).

Para Castro, isso é fruto do crescimento de artistas que administram seus próprios empreendimentos, “que se organizaram e que resolveram investir e aperfeiçoar a gestão de suas empresas voltadas para a economia da cultura”.

Segundo o pesquisador, são exemplos da administração do direito autoral nomes como Daniela Mercury, Asa de Águia, Cláudia Leite, Jamil, Banda Eva, Ivete Sangalo, entre outros, que dominam a produção de seus CDs e DVDs, edição de músicas e gravação de outros artistas.

Axé music e seu mito

A compreensão de que a produção musical baiana atual é restrita ao axé music é tida como um mito pela pesquisa.

O estudo mostra que o estado é composto por inúmeros artistas esteticamente vinculados ao mundo do rock, reggae, forró, samba, samba junino (semelhança rítmica ao samba duro de bairros como o Engenho Velho de Brotas), pagode, partido alto, MPB, salsa/merengue, jazz, erudito e pop.

Para o pesquisador, a Bahia dialoga sua textualidade e inscrição no competitivo campo das marcas, a partir da relação tradição e modernidade.

O seminário é uma realização da Secretaria Estadual de Cultura e Sebrae/BA, em parceira com a Secretaria Estadual do Planejamento e Ministério da Cultura.