Planejar o ano letivo, trocar experiências e refletir as práticas pedagógicas. É com este propósito que aproximadamente 50 mil professores da rede estadual estão reunidos na Jornada Pedagógica 2010, iniciada na quinta-feira (4), em Salvador. Reconhecida como um espaço democrático de reflexão sobre a prática pedagógica, o evento, que prossegue até quarta-feira (10) simultaneamente em 120 polos distribuídos pelos territórios da Bahia, insere-se no movimento Todos pela Escola para garantir aos estudantes o direto de aprender.

Na abertura, o secretário estadual da Educação, Osvaldo Barreto, destacou que a educação é a grande matriz transformadora da sociedade e enfatizou o papel essencial dos professores nesse processo. “Não temos a ilusão nem imaginamos que em um passe de mágica vamos superar os problemas da educação. Precisamos acelerar o passo e a educação é assunto de urgência na nossa agenda. Por isso estamos intensificando o percurso de construção de projetos significativos para a área”.

Para a professora de Língua Portuguesa, Carla Maynart, que trabalha no Colégio Estadual Maria Amélia Santos, em São Marcos, a jornada pode ser traduzida como um momento importante de troca que escola tem para reunir todo o seu corpo com objetivo de traçar metas e planejar as ações que devem ocorrer durante o ano letivo.

O professor de Artes do Colégio Estadual Eduardo Baiano, em Cajazeiras, Rosival Leal Borges Filho, também considera a jornada como um momento único para nortear as ações que serão desenvolvidas ao longo do ano letivo. “É uma oportunidade de ouvir colegas de outras escolas, de conhecer novas metodologias e experiências que podemos levar para a sala de aula e ajudar a desenvolver o cognitivo do aluno”.

Com o tema central “Organização do trabalho pedagógico: os educadores e suas práticas”, a Jornada deste ano tem como foco dois aspectos – o currículo e a articulação docente como componente do ordenamento curricular. Uma das mudanças propostas no currículo será na base diversificada, que passará a ser norteada por cinco eixos – Meio Ambiente, Consumo e Cidadania, Ciência e Tecnologia, Linguagens e Identidade e Cultura.

Outro destaque na Jornada é a discussão sobre a agenda do percurso escolar, como a escola vai se comportar com questões como a reprovação, repetência e reclassificação. Nesse aspecto, a secretaria vai apresentar exemplos de boas práticas curriculares da rede estadual da educação.

Entre eles, está o Projeto de Ressignificação da Dependência. Prática que consiste em oferecer, em outro turno, a disciplina em que o estudante foi reprovado, para propiciar a reaprendizagem. A prática já ocorre em 30% das escolas da rede e a meta é de que, nos próximos dois anos, já esteja presente em 70% da totalidade.

Expectativa – De segunda a quarta-feira (8 a 10), as reuniões acontecem nas próprias unidades escolares. Nos cinco polos do bairro do Cabula, em Salvador, por exemplo, reúne cerca de 1.500 professores de 31 unidades escolares.

Para a professora Maria da Conceição Moraes, que acompanhava as discussões no auditório da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), a grande importância do evento está na oportunidade de congregação entre as escolas para a troca de experiências e de informação. “Eu estou aqui também para me inteirar das novidades, para saber mais”.

“A proposta da Jornada privilegia o coletivo. É interessante porque destinou dois dias para congregar as unidades escolares e outros três dias para as discussões em cada escola. Isso é importante, já que nós temos problemas sistêmicos, problemas gerais. Olhe quantas escolas do Cabula estão aqui discutindo problemas comuns, da nossa comunidade”, ressaltou a vice-diretora do Colégio Estadual Governador Roberto Santos Anaildes Oliveira.