Em janeiro deste ano, o ajudante de pedreiro Antônio Silva começou a trabalhar numa obra, na região da Avenida Paralela, em Salvador. O contrato de carteira assinada garantiu o salário base da categoria e todos os direitos trabalhistas. “Agora tenho dinheiro para pagar as contas no fim de mês e, quando sair, receberei seguro desemprego, FGTS, férias, tudo a que tenho direito. Minha esposa e minha filha estão orgulhosas e eu mais tranquilo”.

Antônio é um dos 14.400 novos trabalhadores contratados com carteira assinada, em janeiro, na Bahia, número considerado recorde desde a criação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), e equivale a 78,4% de todas as contratações da região Nordeste e 8% das contratações feitas em todo o Brasil neste período. A construção civil e os serviços foram responsáveis por 55% deste total.

De acordo com a diretora de pesquisa da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado (SEI), Thaiz Braga, as vagas foram criadas pela grande atividade desses setores. A previsão é que o nível de emprego com carteira assinada continue elevado em 2010, gerando impacto positivo na atividade econômica do estado.

“Em 2009, a construção civil e os serviços já mostravam muito dinamismo, apesar da crise. Além disso, os serviços que sempre foram responsáveis por muitos empregos na capital, agora também se expandiram para o interior”. A indústria, a agropecuária e o comércio foram atividades que também ampliaram as contratações. O saldo positivo na geração de empregos é o maior desde a criação do Caged.

“Uma vez que se criam postos de trabalho com carteira assinada, os trabalhadores têm acesso a direitos trabalhistas e uma previsão de ganhos para o futuro. Isso, com certeza, tem impacto sobre o nível de atividade econômica. As pessoas vão ao comércio, podem fazer suas prestações, pagar seus eletrodomésticos, além do fato de que parte da população, que não tinha nenhum rendimento, passa a ter acesso a uma renda”, enfatiza Thaiz Braga.

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