Fé, devoção e muita alegria marcaram, no domingo (7), a festa em homenagem a Iemanjá, em Cachoeira, a 110 quilômetros de Salvador, no Recôncavo baiano. Religiosos de várias idades, ligados a casas de candomblé e umbanda da cidade histórica e de municípios da região, compareceram à comemoração, para rezar e levar oferendas à Deusa das Águas.

O dia ensolarado contribuiu para o brilho das celebrações, iniciadas logo cedo, com a roda do xirê, cantado e tocado por ogãs alabês, em homenagem aos orixás, no barracão armado na pista do Palco da Feira do Porto.

A festa é uma realização da Associação Cultural Iemanjá Ogum – Te (Acio), entidade que congrega representantes de diversos terreiros de Cachoeira e região, com o apoio da prefeitura e do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e da Bahiatursa, como parte do turismo étnico.

Um grande número de turistas brasileiros e estrangeiros, além de moradores, acompanharam as manifestações religiosas, que se concentraram na avenida do Cais do Porto, às margens do Rio Paraguaçu. O cortejo saiu ao meio dia e meio, com os filhos e filhas de santo carregando dezenas de balaios repletos de flores perfumadas e mimos como sabonetes, espelhos e alfazema, presentes dos fiéis para Iemanjá. Três grandes saveiros e dezenas de canoas transportaram as oferendas e os devotos.

Ao som de cânticos sagrados e toques dos atabaques, a multidão seguiu rumo à Pedra da Baleia, no meio do Rio Paraguaçu, local sagrado para o “povo de santo”, onde foram depositados os balaios. O cortejo das embarcações foi acompanhado em terra por milhares de pessoas que ocuparam toda a extensão do cais.

Após a entrega e “confirmação da aceitação dos presentes”, os devotos voltaram, sendo recebidos com samba de roda e apresentações de grupos culturais como a Puxada de Rede da cidade de São Félix, e o Gêge Nagô. Para os participantes, os organizadores da festa distribuíram mingaus, bolos e mungunzá. A festa popular se estendeu até o início da noite.