Melhorar a qualidade de vida de comunidades carentes, promover a inclusão social e conscientizar sobre a importância de uma alimentação saudável à base de produtos orgânicos. Assim, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (Ebda), vem desenvolvendo o Projeto Hortas Educativa em escolas, hospitais e comunidades.

Na Escola Municipal Zulmira Torres, em Nordeste de Amaralina, são 640 alunos beneficiados e no Hospital Irmã Dulce, são 120 jovens, sendo 22 portadores de deficiência. Além disso, o programa pretende beneficiar mais 480 famílias das comunidades circunvizinhas.

Os projetos socioeducativos são formas de estimular a população mais carente, a partir da educação, a produzir e consumir, corretamente, alimentos saudáveis para o desenvolvimento do indivíduo. “A horta educativa funciona como uma unidade didática para as práticas complementares às aulas teóricas, com base no princípio da agricultura orgânica e desenvolvimento sustentável”, explicou o agrônomo da Ebda e coordenador do programa, Antônio Carneiro do Rosário.

Segundo Carneiro, a saúde depende de uma boa alimentação e também do consumo diário de alimentos com alto valor nutritivo, ricos em vitaminas e sais minerais, que podem ser encontrados em abundância nas hortaliças. Por sua vez, estas hortaliças estão disponíveis a qualquer pessoa interessada em plantá-las.

As ações de coordenação, execução e condução do projeto são planejadas com a participação de técnicos da Ebda, de alunos, de jovens, professores, direção das escolas e comunidades. “É um projeto fantástico porque as crianças estão aprendendo sobre educação ambiental, alimentar e os produtos ainda são utilizados para reforçar a alimentação na merenda escolar. Todas as escolas deveriam participar deste projeto que educa e humaniza os participantes”, enfatiza a vice-diretora da escola Zulmira Torres, Jaci Godoy.

Operação 

Com palestras e aulas práticas, os técnicos da Ebda coordenam e treinam os participantes, inclusive nas práticas de horticultura orgânica. “Durante as aulas são trabalhados os valores sociais, manipulação de ferramentas, plantio, colheita, noções de comercialização e conhecimentos técnicos para serem aplicados em seus próprios quintais, visando a melhoria da alimentação familiar”, afirma Carneiro.

Durante as reuniões são abordados temas como cidadania, associativismo, organização para a produção, educações alimentar e ambiental, técnicas de produção e forma de consumo dos alimentos.

Sobre a ampliação em outras unidades escolares, Carneiro destaca que o projeto está sendo multiplicado por outras escolas municipais e estaduais, devido à boa divulgação pela mídia. “Atualmente, as escolas que demonstram interesse visitam a unidade demonstrativa da Escola Zulmira Torres, e em caso de dúvidas, nos procuram”.

Projeto Hortas Educativas incentiva cidadania

Alface, coentro, cebolinha, couve, hortelã miúdo, quiabo, pimentão, salsa e abobrinha são as culturas selecionadas para plantio. As hortaliças são ricas em vitaminas e sais minerais, e podem ser colhidas a partir do primeiro mês. Para o professor e responsável técnico, Jorge Oliveira, o projeto viabiliza também ações educativas e sociais.

“Os jovens terão oportunidade de acesso a outras leituras complementares, além das que tratam propriamente de técnicas especificas de cultivos. Haverá momentos para leituras relacionadas a temas referentes à cidadania, como meio ambiente, família, reciclagem, ética, e inclusão”, enfatizou o professor.

Os beneficiários participam de todas as etapas, pesquisam preços, fazem as compras de parte do material – sementes, embalagens e outros – e discutem quais as variedades de hortaliças a serem cultivadas. O produto final é utilizado para o consumo local e o excedente é comercializado entre os próprios funcionários e também disponibilizado em feiras externas no próprio bairro. As atividades práticas servem como terapia ocupacional e como exercício de cidadania, ensinando sobre a importância da preservação do meio ambiente.