O comércio varejista da Bahia começou 2010 com incremento de 12,9% no volume de vendas no mês de janeiro, em relação ao mesmo período de 2009. Deve-se levar em consideração a base comparativa deprimida (2,8%), pois os primeiros meses do ano passado foram marcados pelos impactos da crise econômica, que afetou mais diretamente o segmento de bens duráveis do varejo. 

De fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, a expansão acumulada é de 7,8%. Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgados, em parceria, pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan). 

Os oito ramos de atividades que compõem o indicador do varejo apresentaram variações positivas em janeiro. A principal variação positiva coube ao segmento de Móveis e eletrodomésticos (29,3%), devendo-se considerar a base comparativa negativa (-3,7%). A taxa é a de maior expressividade registrada no ramo desde maio de 2009, quando a atividade começou a apresentar sucessivos resultados positivos. No acumulado dos 12 meses apurados, o aumento das vendas situou-se em 8,2%. 

Após longo período registrando acentuadas taxas de queda no ritmo dos negócios, o ramo de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação, pelo segundo mês consecutivo apresentou crescimento expressivo (19,6%), enquanto que em decorrência das acentuadas reduções nas vendas ao longo do ano passado, no acumulado dos 12 meses, a variação foi negativa (15,3%). Esse resultado pode ser creditado ao fato de esse ramo de atividade enfrentar a concorrência dos Hipermercados e supermercados e Lojas de Móveis e eletrodomésticos que também comercializam tais produtos. 

Impulsionado pelo aumento das vendas de material escolar, que tradicionalmente se intensifica em janeiro, o segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria registrou expansão de 17,8%. Entretanto, esse resultado situou-se muito abaixo do apurado em janeiro de 2009, quando as vendas do ramo de atividade expandiram-se consideravelmente (53,7%). Em que pesem os resultados negativos apurados por três meses seguidos, agosto a outubro de 2009, as significativas taxas de crescimento apresentadas desde os primeiros meses de 2009 levaram o ramo de atividade a acumular variação de 12,6% nos 12 meses analisados. 

No segmento de Tecidos, vestuário e calçados, a pesquisa apurou expansão de 11,8%. Trata-se da comercialização de artigos de menor preço unitário, por isso fortemente influenciada pela melhoria do rendimento dos consumidores. De janeiro a setembro de 2009, o segmento registrou variações negativas. Mas, desde o último trimestre daquele ano, as vendas desses artigos passaram a revelar crescimentos significativos, acumulando, em 12 meses, expansão de 3,7%. 

Na principal atividade do comércio varejista, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, observou-se crescimento de 10%. Os dados obtidos em 2009 revelaram que dentre os ramos de atividades que compõem o indicador do varejo, esse foi bastante favorecido pelo aquecimento do consumo, já que comercializa, predominantemente, alimentos. Ao se analisar o subgrupo de Hipermercados e supermercados observa-se variação de 10,5%. Nos doze meses em análise, tomando-se como base o mesmo período do ano anterior, as vendas foram impulsionadas em 7,8%. 

Com crescimento de 6,8%, o grupo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico não manteve o desempenho das vendas nos mesmos patamares dos meses anteriores. A taxa apurada em janeiro foi, nos últimos anos, a menos significativa apresentada pelo ramo de atividade desde março de 2006, mês em que a variação atingiu 0,58%. Contudo, diante dos resultados favoráveis observados desde o início do ano passado, o mesmo acumulou, nos 12 meses, variação de 28%. Nesse período, essa permaneceu sendo a taxa mais relevante dentre as oito atividades que compõem o indicador do comércio. 

Pelo terceiro mês seguido, o ramo de Combustíveis e lubrificantes apresentou variação positiva (5,9%). Em razão da importância do ramo no contexto varejista, situando-se em cerca de 20%, o aquecimento dos negócios, em janeiro, teve forte contribuição na formação da taxa que mede o indicador do comércio baiano. Nos dois segmentos que não contribuem para a formação da taxa geral do varejo, os resultados foram, no de Veículos, motocicletas, partes e peças, um crescimento de 15,0% e 8% no de Material de Construção.