A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) vai lembrar o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, pedindo paz, por meio do Programa Mulheres da Paz, combatendo a violência, por intermédio da Casa de Acolhimento à Mulher (CAM), e apoiando ações e manifestações de luta pelos direitos femininos, a exemplo do 10º Acampamento de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Bahia.

Na segunda-feira (8), as 700 integrantes do Programa Mulheres da Paz se unem às mulheres do Acampamento de Mulheres Trabalhadoras Rurais para uma caminhada do Campo Grande à Praça Municipal, a partir das 9h, lembrando os 100 anos do 8 de março e pedindo um mundo melhor para todos.

As participantes do programa estão sendo capacitadas para o enfrentamento e prevenção à violência em Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filhos e Salvador. Em sua maioria, essas mulheres são vítima de violência e substituíram a revolta pelo sentimento de esperança de dias melhores para homens, mulheres, crianças, jovens e idosos.

A partir da capacitação, as mulheres vão trabalhar nas suas respectivas comunidades lidando com as famílias e realizando diversas atividades pela promoção da paz.

O dia 8 de março é de comemorações pelos avanços conquistados ao longo de décadas, mas é também de luta por direitos, dignidade, respeito e igualdade. Em cem anos de batalhas, a construção de política efetiva de controle e prevenção da violência contra a mulher continua sendo um desafio para todos os envolvidos neste processo.

CAM

Como política de enfrentamento à violência, a Casa de Acolhimento à Mulher funciona como um importante equipamento e tem como missão proteger vítimas de casos gravíssimos de violência doméstica e de gênero. Para lembrar o mês da mulher, a CAM está lançando uma cartilha com orientações sobre o funcionamento da instituição, a equipe, os critérios para atendimento e depoimento de usuárias dos serviços.

São histórias que comprovam que essas mulheres tiveram a possibilidade de superar a violência sofrida e refizeram os seus projetos longe da ameaça que põe em risco a sua vida e dos seus dependentes. A única casa de acolhimento da Bahia funciona em Salvador e é uma das mais bem equipadas do país. De 2004 até fevereiro de 2010, passaram pela CAM, 116 mulheres e seus filhos – crianças e adolescentes -, recebendo o apoio e a garantia da sua integridade física e psicológica.

“Tenho certeza que hoje não sou mais aquela pessoa que não pensava em meu valor, em meu potencial, em minha capacidade”. É assim que E.S.B se define depois de ter passado pela Casa de Acolhimento. Deise Oliveira, coordenadora da CAM, explica que, na instituição, as usuárias exercitam a sua condição cidadã e seu valor de pessoa sabedora de que nenhuma vida humana pode ser violentada. A cartilha será lançada e distribuída em todo o estado durante este mês.

O secretário do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção, reconhece a luta da mulher e a importância do 8 de março para todos os segmentos sociais. Para ele, foi longa e árdua a caminhada da mulher para conquistar, com determinação e competência, o papel que hoje assume na sociedade brasileira. “O processo de superação das enormes barreiras e de surgimento de oportunidades foi paulatinamente consolidado. Ainda tem muita luta pela frente, mas já temos bons motivos para comemorações”, comenta Assunção.