Em janeiro de 2010, a produção industrial da Bahia avançou 2,5% em relação a dezembro. Na comparação com igual mês do ano anterior, o crescimento foi de 23,6%, quarto resultado positivo consecutivo, influenciado especialmente pela indústria química.

A forte expansão na comparação com janeiro de 2009 deve-se ao processo de recuperação da atividade industrial no estado, aliado à base de comparação bastante reprimida em virtude da crise financeira.

O indicador acumulado nos últimos doze meses registrou decréscimo de 1,7%. Os números são da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento.

Para o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis, este resultado reflete a consolidação da recuperação do setor industrial, setor econômico que mais sofreu com a crise, o que quer dizer que a retomada das atividades desde o último trimestre de 2009 já está se dando de forma mais consistente e espraiada entre os vários setores da economia. “Esse resultado da indústria baiana deverá continuar repercutindo positivamente na situação fiscal do estado, em função da forte relação entre o desempenho do setor e a arrecadação tributária na Bahia”.

Na comparação com janeiro de 2008, sete segmentos industriais registraram variações positivas, contribuindo para o resultado significativo de 23,6% no período. O destaque foi o segmento de produtos químicos (62,1%), devido ao aumento na produção de etileno não-saturado e de polietileno de baixa densidade. “A petroquímica sinaliza para esse ano um desempenho robusto em razão das previsões de operar a plena capacidade. Esse crescimento de 62,1% já aponta nessa direção e está associado à recuperação do mercado externo e à expansão do mercado interno, especialmente estimulado pela construção civil”, explica o coordenador de Acompanhamento Conjuntural da SEI, Luiz Mário Vieira.

Também tiveram crescimento na comparação mensal o refino de petróleo (22,5%), puxado pela produção de óleo diesel e gasolina, a metalurgia básica (56,6%), em razão do incremento na produção de barra, perfil e vergalhões de cobre e vergalhões de aço, e veículos automotores (52,2%). As duas únicas contribuições negativas vieram de celulose, papel e produtos de papel (-9,3%) e alimentos e bebidas (-3,9%).

Na comparação com o mês imediatamente anterior, veículos automotores cresceu 11,5%, sendo o segmento de maior expansão no mês, seguido de refino de petróleo e álcool, com 5,9%, minerais não metálicos (1,7%) e produtos químicos (1,4%). Apresentaram queda metalurgia básica (-9,3%), celulose, papel e produtos de papel (-7,4%), borracha e plástico (-4,1%) e alimentos e bebidas (-2,3%).

Nos últimos 12 meses, comparada com o mesmo período do ano anterior, a taxa da produção industrial baiana acumulou redução de 1,7%. Refino de petróleo e produção de álcool (-11,6%), em razão da menor produção de óleo diesel e naftas para petroquímicas, metalurgia básica 1/2 (-10,9%), celulose (-1,7%) e borracha e plástico (-6,4%) foram os que mais contribuíram para o resultado negativo. Por outro lado, as contribuições positivas vieram dos segmentos de produtos químicos (7,4%) e minerais não-metálicos (9,2%).