O governador Jaques Wagner assinou, na manhã desta quarta-feira (7), na governadoria (CAB), a ordem de serviço para execução da primeira fase do Projeto Nordeste da Bahia – Bacia Sedimentar de Tucano. O projeto tem como objetivo aproveitar o potencial das águas subterrâneas para universalizar a oferta de água nos municípios de Cícero Dantas, Fátima, Heliópolis, Paripiranga e Adustina, beneficiando 100 mil habitantes, com investimento de R$ 75 milhões.

Nessa primeira fase, ainda serão perfurados, pela Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia (Cerb), quatro poços tubulares profundos e implantados 150 km de adutoras. Além disso, serão construídas seis estações elevatórias; sistema de tratamento com 16 casas de química e 14 de cloração; 106 quilômetros de rede de distribuição; sistema de reservação com capacidade para 10.335m³, com reservatórios variando de 3 mil a 10 mil m³, e 16 unidades de ponto de entrega. Serão investidos R$ 700 milhões na totalidade do projeto, que vai beneficiar 38 municípios e abastecer um milhão de habitantes.

O Aquífero de Tucano atravessa todo o Nordeste da Bahia, constituindo-se em uma das maiores reservas de água subterrânea de boa qualidade e única alternativa de manancial da região, que concentra 13% das população que não tem acesso à água de qualidade. Esse empreendimento é o ponto de partida para mudar os indicadores socioeconômicos dos municípios situados no entorno devido à falta de água, não só como elemento de subsistência, mas também como fator de desenvolvimento de produção.

“Este é o maior projeto de uso múltiplo de água, através do sistema de captação por poços artesianos da Bahia e do Brasil. Nós estamos fazendo a primeira etapa, são 10 a 12% do total do projeto, com investimento de R$ 75 milhões do PAC 1, numa parceria do governo federal, através do Ministério das Cidades, com o governo estadual”, revelou o governador.

De acordo com Wagner, esse é o maior programa de água de todos os tempos e reflete diretamente na qualidade de vida das pessoas da região. “O acesso à água, sem dúvida vai melhorar a qualidade de vida das pessoas, vai libertar os cidadãos e os prefeitos de ter o trabalho de pagar e depender do carro-pipa. E, portanto, daqui há um ano esse projeto estará pronto e 100 mil pessoas vão ter mais dignidade nos municípios do nordeste baiano. Vamos correr atrás de mais verbas e mais orçamentos para poder fazer o projeto como um todo, que é um projeto numa região que precisa. E que tem a graça de Deus de ter um lençol freático, que é um dos maiores do Brasil”.

Além das sedes municipais, serão contempladas as localidades de Sítio da Conceição, São José, Lagoa do Barro, Lagoa dos Ninhos, São Francisco, Lagoa Seca, Papamel e Jurema, no município de Adustina; Vila São Pedro e Mandacaru, em Cícero Dantas; Lagoa Preta, Roça Nova, Taquara, Capivara, Garrincheira, Mulungu, Cabeça da Serra e Baixão, em Paripiranga; Sujoa, Raso Pintado, Serra Velha e Umbuzeiro, no município de Fátima.

“A previsão para conclusão da primeira etapa é de 12 meses. A partir de agora, o governo está em busca de recursos vultosos, com parceria, principalmente, com o governo federal ou empréstimos externos para execução das seguintes etapas”, afirma o secretário de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro.

Para o secretário de Desenvolvimento e Integração Regional, Edmon Lucas, o projeto, que tem um dimensionamento até 2039, prevê o retorno das famílias ao campo, onde essas famílias terão água para beber, sem precisar caminhar dois a três quilômetros para abastecer sua casa para consumo e para seu rebanho. “Nós temos 5,3 bilhões metros cúbicos de água de qualidade no subsolo daquela região onde o povo vive com falta de água. Vai ter água para o consumo humano, para dessedentação animal e também para irrigação e para agricultura familiar”.

Publicada às 10h
Atualizada às 15h43