Uma comissão representativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reuniu-se, nesta segunda-feira (26), com o secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Seagri, Eduardo Salles, para iniciar um debate sobre as demandas do grupo. O movimento cobra o passivo de acordos firmados com o Governo em anos anteriores e apresenta novas demandas para 2010.

O principal pleito do MST é o avanço da reforma agrária no estado, mas, como explicou o secretário, "o leque de reivindicações é muito amplo e diz respeito a outras secretarias e a órgãos do governo federal, atuando a Seagri como articuladora”.

Ainda nesta segunda-feira, Salles reuniu-se com o secretário das Relações Institucionais, Cézar Lisboa, para analisar os resultados da primeira rodada de negociações. “No âmbito do Governo do Estado nós vamos fazer tudo que pudermos para encaminhar novas conquistas. Com relação ao governo federal, vamos realizar gestões para ajudar o movimento”, disse.

De acordo com Salles, a reforma agrária é uma ação da competência do governo federal, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), mas o Governo participa deste esforço por meio de convênios firmados com o Incra

O MST reivindica, além da aceleração da reforma agrária com assentamento de 10 mil famílias em dois anos, a ampliação e construção de casas nos assentamentos, mecanização e infraestrutura produtiva, kits de irrigação, instalação de equipamentos em dois acampamentos modelo, projetos de inclusão produtiva, construção de 13 escolas em assentamentos, construção de dez unidades da saúde da família e três mil cisternas nos assentamentos localizados no semi-árido. De acordo com a liderança do MST, cerca de cinco mil militantes vão acampar hoje ao redor da Seagri, onde ficarão até o fim das negociações.