A forte chuva que cai sobre a Bahia atingiu não só Salvador como todo o interior baiano. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) e da Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cordec), visita os municípios para elaboração de relatórios, disponibilizando técnicos para ajudar na documentação necessária para o decreto de situação de emergência e informando à população sobre a necessidade de sair das áreas de risco e ir para os abrigos.

A secretária da Sedes, Arany Santana, e o coordenador da Cordec, Antônio Rodrigues, com técnicos da Defesa Civil, estão nesta quinta-feira (15) nos municípios de Lauro de Freitas e Camaçari, que são cortados por rios e, quando chove, eles transbordam, dificultando os trabalhos dos órgãos competentes. Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a situação é grave. A Defesa Civil dessas duas localidades registram ocorrências a todo o momento.

Ruas alagadas, rios transbordando, pontes interditadas, ameaça de desabamento, falta de energia, queda de árvores e reclamações a respeito da falta de acesso a vias principais dos municípios preocupam os órgãos dos municípios e do governo.

Os bairros do Caji e Boca da Mata, em Lauro de Freitas, estão entre os mais atingidos pela chuva. O abrigo do Catete já está com 70 pessoas abrigadas, e o governo da Bahia e a prefeitura de Lauro de Freitas estão disponibilizando clínicos gerais, pediatras e ortopedistas para acompanhar os desabrigados.

Outros municípios também estão em alerta e muitos precisando de ajuda. “Pedimos calma à população. Estamos enviando o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, reforçando a guarnição em municípios como Camaçari, Lauro de Freitas, Santo Amaro e São Francisco do Conde, mandando itens de pronto-atendimento (colchões, alimentação, água e filtros). Neste momento, o mais importante é que os prefeitos preparem a documentação para que os recursos federais cheguem em caráter de urgência para a reconstrução do que foi danificado com a chuva”, explicou Arany.

Transferência obrigatória de recursos

Após o anúncio de quatro mortes no interior, Salvador registrou mais duas (duas crianças foram soterradas em Vila Canária). “O foco são as áreas de risco. Estamos reforçando os órgãos municipais para que todos estejam capacitados a prestar as primeiras ações de resposta. E isso vem acontecendo. As unidades da Defesa Civil das cidades atingidas pela chuva estão trabalhando com urgência e estamos conseguindo continuar as atividades”, disse Rodrigues.

Ele informou que o governo federal tem recursos para fazer uma transferência obrigatória (sem necessidade de convênio, apenas um termo de compromisso), mas para isso os municípios têm que estar atentos para não perder o prazo e preparar os planos de trabalho adequados às atividades inerentes à reabilitação do cenário.

Situação de emergência

Em março e abril já foram homologados pelo Estado 24 decretos de situação de emergência por causa da chuva. Os municípios são Apuarema, Candeias, Cícero Dantas, Feira de Santana, Gandu, Ilhéus, Itagimirim, Itanhém, Itapetinga, Lauro de Freitas, Medeiros Neto, Nova Viçosa, Potiraguá, Prado, Ribeira do Pombal, Ruy Barbosa, Santa Cruz da Vitória, Santa Cruz Cabrália, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Simões Filho, Teolândia, Vera Cruz e Wenceslau Guimarães.

Até agora, os municípios de Simões Filho, Lauro de Freitas, Prado, Gandu e Itapetinga solicitaram itens de pronto-atendimento às famílias desabrigadas. A Cordec continua trabalhando em regime especial para auxiliar os municípios e deixar preparados todos os órgãos de resposta do Estado: Conder, Derba, Embasa, Corpo de Bombeiros, Comando da Polícia Militar, Voluntárias Sociais, Casa Civil e Casa Militar.

Para mais informações, ligar gratuitamente para a Defesa Civil do município (199) ou para a Polícia Militar (190).