Prefeitos dos municípios de Wagner, Iraquara, Palmeiras, Morro do Chapéu, Lençóis e Seabra, da Chapada Diamantina, assinaram, nesta sexta-feira (16) um Protocolo de Intenções com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (Ipac), com o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE/Ufba), com o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e com as secretarias de Cultura (Secult-BA), Turismo (Setur), Meio Ambiente (Sema) e de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), para a primeira etapa da Pesquisa e Manejo de Sítios de Arte Rupestre e futura criação dos Circuitos Arqueológicos da Chapada Diamantina.

Os municípios baianos da Chapada Diamantina que detêm território formado há 1,6 bilhão de anos, com as maiores altitudes do Nordeste brasileiro – até 2.033 metros – e estão entre as regiões arqueológicas mais ricas do Brasil, ganharão um circuito patrimonial, ambiental e turístico construído conjuntamente pelos poderes públicos federal, estadual e municipais.

A iniciativa pode trazer benefícios concretos para a preservação do patrimônio cultural e ambiental, além de novas perspectivas para o desenvolvimento econômico e social dessa importante região na Bahia. O projeto atende expectativas do 1º Fórum de Patrimônio Material da Bahia, realizado em maio de 2008 sob promoção do Ipac, na cidade de Lençóis, que recomendou a criação de um plano de manejo e um roteiro de visitação dirigida aos patrimônios materiais da Bahia.

Para o secretário estadual de Cultura, Marcio Meirelles, a Bahia é um dos estados brasileiros mais ricos em edificações significativas e sítios arqueológicos. “Nosso estado dispõe de extensa quantidade e qualidade de patrimônio material, como as construções seculares tombadas, pinturas rupestres, fósseis arqueológicos ou grutas”.

O diretor geral do Ipac, Frederico Mendonça, explica que apesar da reconhecida riqueza patrimonial e arqueológica dessa região, faltavam ações de articulação entre as esferas governamentais e a sociedade civil que possibilitassem a salvaguarda permanente e o usufruto desses patrimônios culturais e ambientais. “Além de mobilização e informação técnica e valorização desses patrimônios arqueológicos, paleontológicos, naturais, paisagísticos e arquitetônicos, o projeto está formando uma rede estadual voltada à conservação e promoção do patrimônio cultural da Bahia”.

Com a iniciativa o Ipac pretende, ainda, fomentar a criação de instrumentos normativos para a proteção e a promoção dos bens patrimoniais, catalogar e mapear esses mananciais, para, finalmente, explorar adequadamente e com segurança ambiental o turismo para essa região. “Essas são premissas básicas para a proteção, a conservação e o aproveitamento sustentável desses recursos, que, em última instância, serão transformados em vetores de desenvolvimento econômico e social desses municípios”.