A Secretaria estadual do Planejamento do Estado (Seplan) iniciou, nesta terça-feira (13), a rodada de mesas temáticas que debatem durante este mês, os desdobramentos do ciclo de debates Pensar a Bahia e o processo de construção do Plano Bahia 2023, quando o Estado completará o bicentenário de sua independência.

Desta primeira rodada participaram os secretários estaduais do Planejamento, Antônio Valença, e equipe, de Promoção da Igualdade (Sepromi), Luiza Bairros, e do Turismo, Antônio Carlos Tramm. O chefe de gabinete da Seplan, Edson Valadares, defendeu planejamento de longo prazo como forma de fortalecimento da administração pública e afirmou que os governos baianos sempre sofreram com grandes descontinuidades por falta de um pensamento neste aspecto.

“Para garantir a continuidade de gestão vamos conversar com todas as secretarias e estabelecer fundamentos para a promoção do desenvolvimento sustentável e equilibrado na Bahia, definir diretrizes de atuação, formular estratégias para consolidá-las e criar um banco de projetos, que não encontramos quando chegamos ao governo”, afirmou Valadares, lembrando que os mais diversos setores sociais devem também participar do debate.

A intenção é integrar o objeto de discussão com as secretarias em cinco grandes eixos – infraestrutura e logística, políticas sociais e garantia de direitos, desenvolvimento econômico e sustentável, ciência e tecnologia e gestão pública. O prazo para a formulação das diretrizes é o dia 30 de junho, para que possam contribuir para a elaboração da Lei de Orçamento Anual 2011.

Já a conclusão do Plano de Desenvolvimento 2023 está prevista para o dia 30 de março do ano que vem, orientando a construção da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2012 e norteando os próximos três Planos Plurianuais.

A secretária Luiza Bairros sugeriu que a Sepromi participe de todas as outras rodadas de discussão em mesas temáticas, já que a secretaria deve agir de forma transversal, em todas as ações de governo. “Nossa vontade é que, em 2023, a Bahia tenha a igualdade racial e de gênero como princípio da ação governamental na Bahia”.

Segundo ela, os principais problemas para o governo cumprir esta meta são o racismo, o sexismo, a exclusão social e a pobreza. Para combatê-los, a Sepromi já conta com uma experiência concreta de inclusão das dimensões racial e de gênero nas políticas de Recursos Humanos e que o Estado pode absorvê-la.

“Realizamos oficinas muito exitosas, que envolveram aproximadamente 500 pessoas, contemplando a identificação e abordagem do racismo e sexismo institucionais. Além disso, é indispensável a inserção deste conteúdo como parte do programa das seleções públicas”, destacou Bairros. Ainda segundo a secretária, as principais políticas para ser desenvolvidas até 2023 estarão voltadas às comunidades tradicionais, às mulheres, à juventude, à saúde da população negra e à educação afirmativa.

Turismo
O secretário do Turismo, Antônio Carlos Tramm, em sua apresentação, destacou três períodos fundamentais para o turismo na Bahia, o que ele chamou de primeiro segundo e terceiro salto. O primeiro, caracterizado pela construção da identidade turística cultural, se deu entre os anos de 1934 e 1969.

O segundo salto, entre o período de 1970 e 2006, foi caracterizado pelas ações de planejamento, infraestrutura, promoção e parques hoteleiros. A partir de 2007, a Setur, por meio da estratégia denominada o terceiro salto do turismo na Bahia, passou a preenche lacunas importantes.

Este terceiro salto consiste na convergência de três eixos estratégicos – inovação, qualificação e integração econômica. “A nossa intenção é suprir as deficiências na qualidade dos serviços e da mão de obra ofertados, na ausência de novos produtos turísticos e na implantação de parques hoteleiros com enclaves desvinculados das economias regionais ao seu entorno”, explicou Tramm.

A meta da Setur, segundo o secretário, é que o turismo na Bahia, em 2023, seja referência nacional e internacional pela qualidade dos produtos e serviços oferecidos aos visitantes, capaz de interagir com os demais setores da economia estadual, assegurando a inclusão das comunidades locais, protegendo o patrimônio natural e cultural para garantir a prática de um modelo de desenvolvimento sustentável.