Trinta profissionais do interior baiano foram capacitados por uma equipe do Hospital Geral Roberto Santos para serem multiplicadores e implantarem, em seus municípios, o Método Canguru, uma prática de cuidado humanizado com o recém-nascido de baixo peso.

O “Curso de Capacitação de Tutores em Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru”, iniciado na segunda-feira (26), com atividades no Hotel Vila Velha e no HGRS, foi encerrado nesta sexta (30). A iniciativa é do Ministério da Saúde e acontece até junho em todos os estados das regiões Norte e Nordeste e da Amazônia Legal.

Em seguida, o curso será ministrado nas regiões Sudeste e Sul do país como explica a consultora do MS, Geisy Lima, médica neonatologista, coordenadora da Unidade Neonatal do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), em Recife (PE). Ela e a fonoaudióloga Andréia Reis, também consultora do ministério, visitaram, na quinta-feira (29), as instalações do hospital destinadas ao cuidado neonatal.

A visita faz parte do processo para certificação do Roberto Santos como unidade de referência, em nível nacional, no Método Canguru. O hospital já é referência estadual. Durante a visita, as consultoras e os participantes do curso de capacitação de tutores percorreram e analisaram o Alojamento do programa Mãe Canguru, a Unidade Semi-Intensiva Neonatal e as Unidades de Terapia Intensiva Neonatal 1 e 2, no terceiro piso do Hospital Roberto Santos, e o Ambulatório, no andar térreo.

Geisy Lima considerou “muito boa” a estrutura, e “ótimo” o curso ministrado pelas tutoras do programa Mãe Canguru do HGRS, lideradas pela coordenadora da Unidade Semi-intensiva Neonatal, Maria de Lourdes Santiago Costa Leite. Nesta sexta, as consultoras se reuniram com o diretor-geral do HGRS, Paulo Barbosa.

Pacto Sesab/MS

A consultora falou sobre a importância da capacitação para tutores, afirmando ser “fundamental que as pessoas que lidam com recém-nascidos sejam treinadas, para que essas crianças tenham o respeito e o cuidado que necessitam. Quando se manipula o recém-nascido de forma inadequada, isso tem reflexos por toda a vida da pessoa. Por isso, o Ministério da Saúde quer que todos sejam treinados e está investindo recursos consideráveis, inclusive financeiros, para ter resultados positivos”.

O treinamento faz parte ainda, segundo a consultora, do pacto firmado entre a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e o Ministério da Saúde para redução da mortalidade infantil e neonatal. O Método Canguru é importante porque favorece o aleitamento e o desenvolvimento físico e emocional do bebê, por meio do contato muito próximo com a mãe.

A médica neonatologista Maria de Lourdes Santiago, coordenadora da Unidade Semi-intensiva Neonatal, informou que o curso atual é o 6º do qual participam profissionais do Hospital Roberto Santos, sendo os dois últimos já dentro de uma nova metodologia adotada pelo Ministério da Saúde.

A maior parte das atividades do curso, em especial as práticas, é realizada no HGRS. As exposições ficaram a cargo da própria Maria de Lourdes, da neonatologista Magnólia Magalhães de Carvalho, e da psicóloga Alice Ferreira Leal. Também integram a equipe de tutoras, a enfermeira Bárbara Primo e a fisioterapeuta Isabel Falcão Modesto.

Método pode ser referência nacional

O programa Método Canguru do Hospital Geral Roberto Santos foi iniciado no ano de 2003. É referência estadual e está sendo avaliado para obter a certificação de referência nacional. Entre as ações efetivadas para otimizar a atenção nessa área de assistência, o diretor-geral da unidade, Paulo Barbosa, cita a criação da Diretoria Adjunta Materno-Infantil. “Ter o HGRS como referência federal vem muito ao encontro do que temos trabalhado, fortalecendo o hospital como formador de recursos humanos no âmbito do SUS e como instituição de ensino”.