O consórcio Invepar-Odebrecht venceu o leilão para operação do Sistema de Rodovias BA-093, com o preço de pedágio de R$ 2,319, o que representa deságio de 30,77% do valor inicial do edital, que era de R$ 3,35. Agora, a empresa vai recuperar, duplicar e manter o conjunto de rodovias que servem à Região Metropolitana de Salvador, entre elas, a CIA-Aeroporto e a Via Parafuso.

O leilão foi considerado um sucesso pelo secretário de Infraestrutura do Estado, Wilson Brito. Segundo ele, o grande número de empresas inscritas gerou uma disputa acirrada e isso acabou proporcionando um desconto importante no valor do pedágio. “Fizemos uma proposta interessante, que atraiu nove empresas para a disputa e, como resultado, conseguimos um pedágio 30% menor que a proposta inicial”.

O leilão do sistema BA-093 foi realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa), num processo semelhante ao que já havia ocorrido com o leilão de operação do Hospital do Subúrbio. As nove empresas que participaram da disputa apresentaram propostas de preço para o pedágio. Nesta primeira etapa, o preço mais baixo foi o da Copasa – Obras e Serviços, que ficou em R$ 2,55, com 23% de deságio.

Disputa

Ao fim da primeira etapa, as empresas que apresentaram propostas até 10% maior que a da Copasa se credenciaram para participar da segunda etapa do leilão. Neste segundo momento foram feitas propostas em viva-voz. A disputa foi entre os Consórcios Invepar – Odebrecht, Rodovias da Bahia, Queiroz Galvão-Cowan e a própria Copasa. Ficaram de fora os consórcios Rota 093, Integração Metropolitana, Terrabrás e as empresas Triunfo Participações e Investimentos e Contern Construções e Comércio.

Depois de três rodadas de lances, onde as empresas esperavam até o último momento para apresentar preços cada vez menores, o Consórcio Invepar-Odebrecht saiu vencedor. “Foi muito disputado, mas queríamos vencer e conseguimos”, comemorou Gustavo Rocha, presidente da Invepar. Segundo ele, a empresa está preparada para cumprir os prazos legais a partir da assinatura do contrato.

De acordo com o edital publicado pela secretaria de Infraestrutura, a empresa tem seis meses para recuperar as rodovias, três anos para fazer a duplicação da Via Parafuso e CIA-Aeroporto, as principais do Sistema BA -093. Até 2020 todo o sistema deve estar duplicado.

Bolsa proporciona descontos maiores em processo licitatório

Caso tivesse sido realizado sem o leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, o processo de concessão do Sistema BA-093 não teria alcançado o deságio de 30,77%. Isso porque, numa licitação normal, os preços são apresentados apenas uma vez. Não ocorre a segunda etapa, quando as empresas, depois de conhecerem as propostas das concorrentes, podem fazer uma contraproposta.

No caso do Sistema BA-093, o preço do pedágio sem o leilão seria R$ 2,55, valor apresentado pela Copasa na primeira etapa da disputa. Segundo o secretário da Fazenda, Carlos Martins, todo mundo sai ganhando com o leilão. “Esse é um modelo que deu certo. Conseguimos um deságio considerável, o que só foi possível por causa da grande disputa que é gerada no leilão”.

A empresa vencedora ficará responsável pela recuperação, manutenção, implantação de melhorias e ampliação da capacidade de todo o sistema, que compreende seis rodovias da RMS – BAs 093, 512, 521, 524, 526 e 535 – onde serão implantadas cinco praças de pedágio.

Para execução de todas as intervenções previstas no edital, estima-se um investimento na ordem de R$ 805 milhões ao longo dos 25 anos de concessão. A concessionária deverá se estabelecer no trecho e iniciar as obras de melhoria logo nos seis primeiros meses de contrato e, até o terceiro ano de concessão, ampliar a capacidade do tráfego, com a duplicação dos trechos da BA-093 (Entroncamento da BR-324/Entroncamento de Camaçari), BA-526 (CIA/Aeroporto) e BA-535 (Via Parafuso).

Publicada às 12h05
Atualizada às 17h40