As expectativas dos empresários baianos aumentaram no mês de abril. De acordo com o Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (Iceb), calculado e analisado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan), o estado de ânimo dos setores produtivos é de otimismo.

Em março, o índice revelou que as expectativas eram de otimismo moderado (237,7 pontos). O mês de abril marcou 252,5 pontos, uma melhoria significativa da visão dos setores produtivos quanto ao cenário futuro da economia baiana. “O resultado do Iceb, no último mês, é reflexo da boa performance da economia baiana no trimestre, o que gera uma expectativa otimista quanto ao desempenho econômico dos setores nos próximos 12 meses. Dos agentes entrevistados, 48% sustentam a expectativa de abertura de novas unidades produtivas em seus segmentos no período de um ano”, conforme avaliou o coordenador de Estatística da SEI, Armando Castro.

Os setores que mais se destacaram no mês de abril foram Agropecuária e Serviços e Comércio. Em março, o primeiro setor apresentou um estado de ânimo de otimismo moderado (208,3 pontos), passando, em abril, para um estado de otimismo (458,3) registrado pelo Iceb.

Recuperação
De acordo com os técnicos da SEI, o salto no resultado da Agropecuária deve-se, em parte, à recuperação dos preços de algumas commodities agrícolas, a exemplo da soja e do cacau. Já o setor de Serviços e Comércio, que também registrou uma expectativa de otimismo moderado em março (247,7 pontos), teve um crescimento no último mês, revelando um estado de otimismo (274,3). Essa expansão pode ser explicada pelos bons resultados no mercado de trabalho formal nos últimos meses e por conta das vendas no Comércio, que continuam aquecidas desde o ano passado.

O único setor que sofreu queda entre março e abril foi a Indústria, que variou negativamente (-68,5), passando de 226,2 para 157,7 pontos (otimismo moderado). O indicativo do Banco Central de alta da taxa de juros e o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) são algumas das razões que estão afetando a confiança do empresariado baiano.

O indicador é resultado de pesquisa apurada com entidades representativas dos diversos segmentos empresariais da Bahia. São federações, sindicatos patronais e associações, totalizando 40 entidades, pertencentes aos setores de Serviços e Comércio, Indústria e Agropecuária, que juntas representam aproximadamente 80% do PIB estadual. O Iceb possui escala que varia entre – 1000 e + 1000, sendo que resultados positivos revelam algum grau de otimismo e resultados negativos, por sua vez, revelam um estado de ânimo pessimista.

Temáticas 
O questionário da Pesquisa de Confiança do Empresariado Baiano está dividido em duas temáticas, a primeira aborda o estado de ânimo das entidades representativas da economia quanto ao desempenho das variáveis econômicas da Bahia e do Brasil – juros, PIB, câmbio, inflação – e a segunda, quanto ao desempenho das empresas do segmento entrevistado – vendas, crédito, situação financeira, emprego, dentre outros –, o que permite analisar o grau de confiança do empresariado não só por setor econômico, mas também por temáticas e suas variáveis.

Com base na desagregação do indicador, o empresariado baiano mostrou-se mais otimista quanto ao desempenho de suas atividades internas do que em relação às variáveis externas da economia. Pode-se verificar que a temática Desempenho das empresas saiu da faixa de otimismo moderado em março (205,3 pontos), para otimismo em abril (265), enquanto as variáveis econômicas mediram otimismo moderado em abril (227,4), resultado menor que o de março (302,4 pontos).