Jovens participam de tarde esportiva no Nordeste de Amaralina

O orgulho de demonstrar o que aprendeu estava estampado no rosto de cada um dos alunos do Programa de Iniciação Esportiva e Inclusão Social do Nordeste de Amaralina, que atende a três mil pessoas e é realizado em parceria entre a Associação Educacional Social Ágape (Aesa) e o Governo do Estado, por meio da Superintendência de Desportos da Bahia (Sudesb). Na tarde de quarta-feira (19), crianças, adolescentes, adultos e idosos se reuniram na sede da associação para mostrar o que vêm aprendendo nas aulas de vôlei, ginástica, capoeira, boxe, natação, karatê, jiu-jitsu, futebol de campo e de praia.

O programa, além de oferecer atividades esportivas, para a população carente, tem contribuindo para geração do primeiro emprego. De acordo com o presidente da Aesa, Antônio Carlos de Jesus, são 21 pessoas trabalhando no projeto, recebendo salário, entre professores, instrutores, mestres e agentes. “Este projeto deu visibilidade ao bairro e vem dando oportunidade ao esporte amador. Isso eleva a auto-estima dos moradores, que não podem pagar para praticar esporte. Fazer natação em uma piscina com professores qualificados é muito enriquecedor. Além disso, muitos que estão trabalhando conosco assinaram a carteira de trabalho pela primeira vez”.

O jiu-jitsu foi a primeira modalidade a abrilhantar a tarde. Crianças e adolescentes mostraram no tatame a satisfação de cada golpe aprendido. “O jiu-jitsu é um esporte que poucas pessoas tinham acesso, pois era muito elitizado. E este projeto trouxe a oportunidade para a juventude de um bairro carente conhecer e praticar”, salientou o professor do projeto, Ronaldo Azevedo.

Logo em seguida, foi a vez de os garotos e garotas do boxe mostrarem suas habilidades. O boxe do Programa de Iniciação Esportiva vem rendendo bons frutos, a exemplo de Anderson Machado, 16 anos, que começou a praticar a modalidade no projeto e hoje exibe, com orgulho, o troféu de campeão brasileiro, conquistado em Sergipe, em 2009. “Este projeto me tirou das ruas, chegava da escola não tinha para onde ir, ficava perambulando nas ruas e hoje treino três vezes na semana. Estou muito feliz, me tornei um cidadão do bem e um campeão”, afirmou.

Carreira
Outra aposta promissora do projeto é o garoto Igor Andrade, 13 anos, que participa das aulas de futebol. Antes de chegar para a apresentação do projeto, os alunos, acompanhados pelo professor Gildo Aguirre, participaram de uma avaliação técnica, no Barradão, e Igor, que é goleiro, foi convocado para fazer uma série de testes. Se for aprovado, irá jogar no Vitória, podendo seguir os passos de Dida, Fábio Costa ou Felipe. “É muito bom participar das aulas aqui, tendo a oportunidade de me tornar um goleiro profissional que é o meu sonho”.

De acordo com o professor de futebol, Aguirre, além de Igor, o projeto já revelou o jovem Aladerson. “Ele participou do torneio do Virando o Jogo, no estádio de Pituaçu, realizado em parceria entre o Governo do Estado e a iniciativa privada. Em seguida, foi convocado para uma competição interna do Vitória e hoje, além de participar do projeto, atua no rubro-negro”.

Programa leva qualidade de vida para terceira idade

Os alunos da terceira idade também estavam prestigiando o projeto. Seu Joaquim dos Santos atualmente é o único homem em uma turma repleta de mulheres. “Eu me sinto maravilhado de participar do evento no meio de tantas mulheres. Aqui, cuido da minha saúde e me divirto. Sei que sou exemplo para muitos barrigudos do bairro que ainda não participam das atividades”, disse Joaquim.

O evento contou também com a apresentação dos alunos do karatê e da capoeira. Os irmãos, Iana, 5 anos, e Ian Silva, de apenas 3 anos, mostraram, com orgulho, o que aprenderam. “O professor me ensinou a gingar. O que mais gosto de fazer é dar Aú”, conta Iana.

A mãe dos garotos, Iara Moreira, também participa das aulas do projeto, praticando boxe. “É um excelente trabalho. Além de oferecer as atividades esportivas para toda família, eles acompanham o rendimento das crianças na escola. O professor de capoeira, antes de começar a aula, faz a roda e pergunta às crianças como estão indo na escola, e também faz reuniões com os pais”.