O secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, presidiu na noite de segunda-feira (24), no Centro de Convenções da Bahia, a solenidade de instalação da 4ª Conferência Estadual de Saúde Mental Intersetorial da Bahia (Cesmi/BA).

Na oportunidade, chamou atenção para as mudanças observadas na rede de assistência à saúde mental no estado, destacando que enquanto em 2002 foram registradas 12.469 internações em hospitais psiquiátricos, no ano passado, o número de internações foi de 5.542.

Solla falou também sobre o crescimento da rede de serviços alternativos, como os centros de assistência psicossocial (CAPs), que tiveram o número praticamente duplicado nos últimos três anos.

A 4ª Cesmi/BA, iniciativa da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), com o apoio das secretarias municipais de Saúde e outras instituições parceiras, prossegue até quarta-feira (26), com o objetivo de promover um amplo debate sobre saúde mental, envolvendo os diversos setores da sociedade, com foco no atual cenário da reforma psiquiátrica.

O evento tem como tema central Saúde Mental, Direito e Compromisso de Todos: Consolidar Avanços e Enfrentar Desafios.

O coordenador-geral da 4ª Cesmi/BA, Iordan Gurgel, destacou o caráter de intersetorialidade do encontro e defendeu que a questão da assistência à saúde mental envolve outras áreas, como educação, justiça, direitos humanos e desenvolvimento social. Ele lembrou ainda que a etapa estadual da conferência foi precedida de 52 conferências municipais e regionais, mobilizando 145 cidades.

O coordenador do Programa Nacional de Saúde Mental, do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, responsável pela conferência inaugural da 4ª Cesmi/BA, afirmou que desde a realização da última Conferência Nacional de Saúde Mental, há nove anos, houve um aumento muito grande na rede de serviços alternativos para assistência aos portadores de transtorno mental.

“Os estados estão investindo na criação de serviços e nosso desafio é continuar melhorando, ampliando a assistência, além de investir na capacitação de profissionais da atenção básica”, observou Delgado.

Crack e álcool

O representante do Ministério da Saúde alertou para o grave problema relacionado com a área de saúde mental: o crescimento no consumo do crack e do álcool, lembrando que no caso do álcool o consumo se dá cada vez mais cedo e também na população feminina.

“O crescimento do consumo de substâncias ilícitas, como o crack, entre os jovens, assim como a feminilização do consumo do álcool, é uma preocupação de todas as instâncias de governo (federal, estadual e municipal)”, disse Delgado.

Ele acrescentou que desde 2001, quando houve a última conferência nacional, a expansão da rede assistencial tem sido significativa e que hoje existem em torno de 25 mil trabalhadores da área de saúde mental dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e que o país possui cerca de 30 mil equipes do Programa Saúde da Família, que estão sendo treinadas para atender os portadores de transtorno mental. “A saúde mental deve chegar cada vez mais perto dos pacientes e seus familiares”, declarou.