Na Bahia, até esta quinta-feira (13), mais de 3,2 milhões de pessoas receberam a dose da vacina contra a Gripe A (Influenza H1N1). Entretanto, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) alerta que apenas 48% das mulheres grávidas compareceram a um dos postos de vacinação para se imunizar contra a doença.

A preocupação das autoridades de saúde se deve ao fato das grávidas estarem entre os grupos mais vulneráveis à doença. Uma em cada cinco mortes, este ano, pela gripe H1N1, está relacionada às gestantes. O risco maior é em virtude da chegada do inverno, quando as pessoas ficam mais confinadas em ambientes fechados por causa do tempo frio.

“O comparecimento das gestantes ao posto de vacinação é fundamental para a proteção dessa população. A doença demonstrou grande agressividade sobre as grávidas, em 2009, quando189 gestantes e seus bebês morreram com a gripe H1N1. A melhor forma de prevenção é tomar a vacina”, afirmou o secretário Jorge Solla.

Ele ressaltou que a vacina é segura. Afinal, mais de 300 milhões de pessoas receberam a imunização em todo o mundo sem relatos de efeitos adversos graves. Só no Brasil, mais de 52 milhões de doses foram administradas sem registro de reações fortes à vacina.

Além das gestantes, o outro grupo que precisa de reforço na Bahia é o de doentes crônicos. Do total estimado, apenas 38% (menores de 60 anos) procuraram os postos de vacinação. Este também é um grupo representativo em termos de vulnerabilidade, que precisa ser protegido com a vacina, independente da idade. Já a vacinação entre os doentes crônicos com mais de 60 anos, alcançou o índice de 82%.

O grupo que mais se vacinou foi o de profissionais de saúde envolvidos no atendimento a pacientes com sintomas de gripe – 100% do público alvo, demonstrando a confiança na campanha de vacinação. As crianças também apresentam índices de 100% – percentual acima da meta de vacinar, que é, pelo menos, 80% dessa população. A etapa de jovens de 20 a 29 anos obteve, até o momento, o índice de 60% dessa população vacinada. O grupo de 30 a 39 anos alcançou apenas 20% da população alvo.

Imunidade só 15 dias após aplicação da vacina
Preocupa também às autoridades da área, a possibilidade de muitas pessoas deixarem para a última hora. Isso porque a vacina garante imunidade somente 15 dias depois de administrada, e deve ser tomada antes do período de maior transmissão da doença, que se inicia em maio.

“A estratégia de vacinação tem o objetivo de dar proteção antes do período em que aumenta o número de casos de doenças respiratórias, ou seja, para ter certeza de que não serão atingidas pela gripe H1N1, as grávidas devem procurar agora os postos de vacinação”, enfatizou Solla.

No Brasil foram registrados, este ano, 361 casos graves da gripe H1N1, até o dia 3 de abril. Desse total, um em cada cinco casos está relacionado às gestantes. A região Norte concentra o maior número de notificações, somando 203 casos.
Em relação às mortes – um total de 50 – as mulheres correspondem a 76% do total e as gestantes 32%. No ano passado, dos 2.051 óbitos registrados, 1.539 (75%) ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Entre as grávidas (189 morreram), a mortalidade foi 50% maior que na população geral. Adultos de 20 a 29 anos concentraram 20% dos óbitos (416). As crianças menores de dois anos tiveram a maior taxa de incidência da doença no ano passado (154 casos por 100 mil habitantes).