Em menos de 24 horas, os três envolvidos no assassinato do delegado Clayton Leão foram apresentados, em coletiva à imprensa, na Secretaria da Segurança Pública, nesta quinta-feira (27), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

O secretário de Segurança Pública, César Nunes, o delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, e o diretor do Departamento de Narcóticos, Cleandro Pimenta, confirmaram a tentativa de roubo seguida de morte. Segundo o secretário, o trabalho integrado das polícias permitiu uma resposta rápida. Ele informou que foram colhidas as provas, e as evidências permitem definição da ocorrência e qual delito foi praticado.

Edson Cordeiro, mais conhecido como “Inha”, e Rinaldo Valença de Lima, que confessou a autoria dos disparos, foram presos na quarta-feira (26). Magno Menezes se apresentou nesta quinta-feira à polícia. Os três afirmam que não reconheceram Clayton como delegado.

Com base em depoimentos de motoristas que se encontravam no local e presenciaram o crime, a polícia informou que Rinaldo e Edson desceram de um Corsa prata, de placa vermelha (táxi), conduzido por Magno de Menezes, e realizaram o assalto.

O táxi roubado no município de Dias D’Ávila, cerca de 20 minutos antes do crime, seria o quarto automóvel tomado de assalto. Ouvido pelo Centro de Operações Especiais (COE), o motorista de táxi contou que o seu veículo foi roubado por desconhecidos que dirigiam um Pólo prata.

Policiais da 18º Delegacia de Camaçari encontraram, mais tarde, o Corsa prata queimado na Via Parafuso. De acordo com o diretor do Departamento de Narcóticos, Cleandro Pimenta, nomeado para comandar as investigações, Magno foi quem avistou o Eco Sport do delegado Clayton Leão.

Motivação

Conforme as investigações, o grupo já havia praticado outros assaltos no dia do crime. Ainda segundo informações levantadas, a motivação era revender os rádios dos veículos.

No momento da abordagem, Rinaldo viu o delegado movimentar a mão. Quando percebeu a arma da vítima, tomou um susto e fez três disparos que atingiram Clayton Leão duas vezes, na face, e a lateral do veículo, relata Cleandro Pimenta.

A polícia aguarda os resultados das perícias realizadas no carro, pois o material será utilizado no inquérito presidido pelo diretor do Departamento de Narcóticos. A operação apreendeu duas armas na casa de Edson. Um dos revólveres, de calibre 357, teria sido usado no crime. A arma será periciada.

Segundo o delegado-chefe, Joselito Bispo, a investigação policial tem por objetivo buscar o que de fato aconteceu. “A verdade de hoje é que foi uma tentativa de roubo tipificada como latrocínio. Pelas circunstancias, não existe vinculação com o tráfico de drogas. Os envolvidos têm antecedentes por homicídio e por roubo”, afirmou.

O delegado Clayton Leão foi assassinado na Estrada da Cascalheira, na manhã de quarta-feira (26), quando dava entrevista a uma emissora de rádio.

Publicada às 9h50
Atualizada às 17h20