Um novo futuro para o agronegócio da Bahia começou a ser construído, nesta terça-feira (1), no município de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste. Durante a abertura da edição 2010 da tradicional feira de tecnologia agrícola, Bahia Farm Show, o Governo do Estado firmou uma série de convênios com vistas a ampliar, em âmbito estadual, as cadeias produtivas da agropecuária familiar e empresarial.

O primeiro foi o termo de cooperação assinado entre o governo, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento do Oeste, entre outras entidades ligadas ao setor. Por meio dele, será executado um estudo analítico das cadeias produtivas do algodão, do milho e da soja para a verticalização da produção.

Intitulado como “Estudo de Agregação de Valores aos produtos da Agropecuária Baiana Através da Verticalização”, o estudo será desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, que vai mapear a região e analisar o que cada cadeia necessita para se tornar economicamente mais atrativa.

“Dentro de quatro meses os resultados da pesquisa serão entregues e, a partir disso, vamos poder direcionar melhor os projetos e investimentos para a consolidação industrial desses produtos”, afirmou o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, ressaltando, ainda, que a Bahia está entre os maiores exportadores de milho e soja, além de ser o segundo maior produtor de algodão do país. “Temos de avançar para além das exportações, criando empregos e gerando rendas”.

Para o secretário, o este estudo é importante na medida em que se debruça sobre um segmento em pujança dentro da economia estadual. “Hoje, a agropecuária representa um quarto da renda do estado, 24% do Produto Interno Bruto (PIB), 37% das exportações e 30% dos empregos gerados”.

Diante disso, a Secretaria de Agricultura (Seagri) aproveitou a realização da Bahia Farm para potencializar ainda mais os projetos agrícolas do oeste – região responsável por 85% de toda produção de grãos da Bahia que, em 2009, gerou um faturamento de R$ 3,6 bilhões. “De forma inédita, transferimos a sede da Seagri para Luís Eduardo, para despachar daqui por dois dias. Temos de ir aonde o agronegócio está e facilitar e agilizar projetos na área”.

É nesse sentido que segue, também, o outro convênio firmado na ocasião. O documento prevê a instalação, no segundo semestre de 2010, de um escritório regional da Junta Comercial do Estado da Bahia, na cidade. A expectativa é de que a iniciativa permita a regularização de empresas locais, estimule o empreendedorismo e, consequentemente, o crescimento dos negócios agrícolas no oeste baiano.

O último acordo firmado, com apoio do Governo do Estado, trata do lançamento de dois novos editais, por meio da Aiba e do Banco do Nordeste, para o Fundo para o Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Bahia (Fundesis). A ação totaliza R$ 700 mil, destinados a apoiar entidades que desenvolvem trabalhos sociais relevantes e sérios na região oeste da Bahia.

“Um conjunto de medidas que vai, sem dúvida, garantir o desenvolvimento seguro e sustentável do agronegócio na região, por meio de políticas públicas eficazes, que têm permitido a regularização ambiental para todo o oeste. Estamos nos tornando um dos poucos municípios brasileiros com todos os produtores cultivando em áreas licenciadas”, afirmou o presidente da Aiba, Walter Horita que, na ocasião, comemorou os 20 anos da entidade.

Durante a abertura do evento, foram entregues, ainda, cédulas de financiamento à produtores regionais, para o custeio, entre outras atividades, da piscicultura, de gadoleiteiro e aquisição de equipamentos. O agricultor familiar Francisco Alves Pinheiro foi um dos beneficiados, com um crédito de R$ 15 mil, via Banco do Brasil, e já tem planos para o investimento.

“Vou comprar gado e gerar minha própria renda. Isso aqui (diz mostrando a carta de crédito) é a realização de um sonho. Mostra que o governo acredita na nossa capacidade e sabe que vamos pagar tudinho porque as parcelas são pequenas e duram dez anos”, disse o agricultor.

“Este é um pedaço promissor da Bahia, pela produtividade e organização dos produtores locais. O oeste tem contribuído, por exemplo, para o recorde de 42 mil empregos gerados de modo descentralizado no primeiro quadrimestre do ano, mostrando o desenvolvimento equilibrado do estado”, afirmou o governador Jaques Wagner.

Na ocasião, ele plantou uma muda de espécie nativa do cerrado, marcando as comemorações da Semana do Meio Ambiente, celebrada durante a realização da Bahia Farm Show, que segue até o próximo sábado (5), com expectativa de atrair 35 mil visitantes de todo o mundo e superar os R$ 214 milhões de negócios gerados em 2009.

Jaques Wagner ressaltou que, ao lado da potencialização do agronegócio, o governo também está investindo em infraestrutura para o escoamento da produção regional.

“A Ferrovia Oeste-Leste, o Porto Sul, o fim da zona tampão até novembro deste ano. Tudo isso é uma realidade que está sendo construída aos poucos. Aproveito para dizer que o aeroporto da cidade é outro compromisso que será concretizado, e também a ampliação do aeroporto de Barreiras. A licença ambiental está em andamento. Serão investidos R$ 3 milhões pelo Estado e outros R$ 6 milhões pelo governo federal”, disse o governador.

Publicada às 11h30
Atualizada às 23h10