Implantar imediatamente uma unidade agroindustrial ou reativar, por meio de parcerias, uma das duas fábricas de suco que estão fechadas no Território Litoral Norte, região responsável por 70% da laranja produzida na Bahia, principalmente pela agricultura familiar. Essas são as metas de curto prazo que uma missão baiana apresentou em São Paulo a empresários e produtores. A longo prazo a meta da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri) é pensar também a citricultura empresarial, atraindo investidores para o oeste e o Vale do São Francisco, que deverão ser grandes produtores de citros.

Na Bahia, já há produção também na região da Chapada, além do Litoral Norte. Um grupo de formadores de opinião foi convidado pelo secretário Eduardo Salles para vir à Bahia conhecer as regiões produtoras.

Na madrugada desta terça-feira (8), o secretário, o superintendente de Política do Agronegócio da Secretaria da Agricultura (Seagri), Jairo Vaz, o diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Adab, Armando Sá Nascimento Filho, o diretor de Administração e Finanças da Desenbahia, Marco Aurélio Félix Cohim Silva, e o diretor presidente da Special Fruit, Suemi Koshiyama, retornaram da cidade de Campinas (SP), onde visitaram a Citrosuco, (indústria do grupo Fischer), a Mark Bem, maior pack house do estado, e mantiveram conversações com o diretor corporativo da Cutrale, Carlos Viacava.

“Nós somos o segundo maior produtor de citros do país, perdendo apenas para São Paulo, e não temos nenhuma indústria para agregar valor à nossa produção”, disse Salles, explicando que a missão à São Paulo teve o objetivo de atrair indústrias e investimentos para as regiões produtoras.

Ainda segundo o secretário, “a Bahia é um estado, declarado pelo Ministério da Agricultura, livre das doenças do citros. Temos muitas áreas para expansão da cultura e contamos com a parceria da Desenbahia, que vai disponibilizar linhas de créditos para a verticalização desta cultura”.

Ao falar na abertura da 32ª Semana da Citricultura, que está sendo realizada em Cordeirópolis, organizada pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira, o secretário falou do potencial do estado e convidou um grupo de produtores, industriais e formadores de opinião para ver de perto o que a Bahia oferece. Entre os convidados estão os dirigentes da Cutrale, da Brazilian Association of Citrus Exporters, da Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos, da Mark Bem, da Associtrus, do Departamento de Citricultura da Sociedade Rural Brasileira, (SRB) e da Citrus Consultants Group.

Primeiro investimento

Atraídos pela segurança fitossanitária da Bahia, os empresários paulistas produtores de laranja, Frederico Guilherme Ivers, Guilherme Corte Ivers e Mauro Fagote confirmaram ao secretário Eduardo Salles que vão investir no oeste da Bahia. Inicialmente, será investido R$ 1,5 milhão para a plantação de laranjas no município de Correntina, numa área de 300 hectares. As negociações estão sendo finalizadas com a Desenbahia.

Os empresários afirmaram ainda, que além da Segurança Fitossanitária, o grupo, que traz na bagagem uma experiência de 60 anos no segmento, resolveu investir no oeste pela proximidade com outros mercados e pela facilidade e transparência dos entendimentos com a Seagri. Segundo Salles, a decisão do grupo é o primeiro passo para que outros grupos paulistas sigam o exemplo.